Susana Prada desmonta relatório sobre a Laurissilva que nem a UNESCO conhecia
A secretária regional do Ambiente e Recursos Naturais foi ouvida, esta tarde, no parlamento regional, sobre a avaliação da União Internacional para a Conservação da Natureza que baixou a avaliação da floresta laurissilva, enquanto bem classificado, de ‘Bom, com algumas preocupações’ para ‘Preocupações significativas’. Um agravamento da classificação que é contestado por Susana Prada que garante que as questões levantadas no relatório não são verdadeiras, assegura que a Região não foi contactada pela IUCN e que a própria UNESCO não tinha conhecimento deste relatório.
Susana Prada, que esteve na comissão acompanhada pelo vogal do Instituto da Floresta e Conservação da Natureza, Paulo Oliveira, não tem dúvidas de que “para a UNESCO a Laurissilva não está em risco” e não consta da lista do património mundial em perigo.
Ao contrário da avaliação feita em 2014, na avaliação de 2017 agora divulgada, “a entidade gestora do Bem não foi contactada”, lamenta a secretária regional também não compreende como podem ser feitas referências a situações que nãos e verificam nas áreas de floresta protegida. “Uma entidade com a credibilidade da IUCN tem de, obrigatoriamente, avaliar toda a informação disponível”.
Susana Prada lamenta que tenha tomado conhecimento do relatório “pelo facebook”, uma vez que nem a própria UNESCO sabia da sua existência.
Pastoreio é um risco apontado
As ameaças à floresta laurissilva identificadas e que justificaram a descida da avaliação foram referidas pela secretária regional. A primeira é o pastoreio, com a IUCN a afirmar que se registou a “tentativa de reintrodução de gado na serra com aceitação da parte de políticos locais”. Susana Prada recordou que o governo regional foi sempre contra a introdução de gado na serra. O apoio ao pastoreio foi de Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal.
O relatório também refere a falta de meios aéreos de combate a fogos, que já existem e o reforço de guardas florestais que também tem sido garantido.
No caso das espécie perigosas para a Laurissilva, são referidos os ‘novelos’ e ‘coroas de henrique’, plantas que sempre estiveram ao longo das estradas madeirenses e que eram em muito maior número quando a floresta foi classificada como património mundial e quando teve avaliações positivas.
O Instituto da Floresta e Conservação da Natureza fez um convite aos peritos da IUCN e da UNESCO para visitarem a Madeira e constatarem, no terreno, a situação da floresta laurissilva.