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Coordenador humanitário da ONU falou com Juan Guaidó sobre a crise

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O secretário-geral dos Assuntos Humanitários da ONU, Marck Lowcock, reuniu-se hoje com o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, com quem analisou a crise humanitária venezuelana e a cooperação das Nações Unidas para ajudar os venezuelanos.

O encontro realizou-se no Palácio Federal Legislativo e além de Juan Guaidó, participaram também outros parlamentares da oposição, tendo no final, chefe da delegação da ONU, Marck Lowcock, recusado prestar declaraões à imprensa.

No entanto, Juan Guaidó falou aos jornalistas e descreveu a visita de Marck Lowcock a Caracas como um reconhecimento da “emergência humanitária” venezuelana.

“Temos a pessoa mais importante da ONU em matéria de emergências humanitárias no país. Não há nada além de um reconhecimento implícito da crise, um facto óbvio de que estamos perante uma emergência humanitária que está prestes a tornar-se uma catástrofe”, disse aos jornalistas.

Guaidó disse ainda que os venezuelanos “estão a sofrer” e salientou que o papel da oposição venezuelana “é enfrentar e mitigar a crise”.

No entanto, advertiu, o que a ONU administra não cobre nem 7% da emergência humanitária do país.

“Lembrem-se de que não existem apenas 7 milhões em emergências humanitárias na Venezuela, estão também os refugiados em países vizinhos”, disse.

Mark Lowcock iniciou segunda-feira uma visita de três dias à Venezuela, centrada em analisar na crise que afecta o país.

O secretário-geral dos Assuntos Humanitários da ONU, Marck Lowcock, reuniu-se segunda-feira com o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, para analisar o programa de assistência humanitária entre as Nações Unidas e o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

Durante a visita, Lowcock tem previsto reunir-se também com representantes de organizações não-governamentais, diplomatas e cidadãos afectados pela crise.

Não está previsto que Mark Lowcock faça declarações à imprensa.

A crise política, económica e social, na Venezuela agravou-se desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino da Venezuela, até conseguir afastar Nicolás Maduro do poder, formar um governo de transição e convocar eleições livres e transparentes no país.

Nos últimos cinco anos, segundo diversas fontes, pelo menos 4,5 milhões de venezuelanos abandonaram o seu país escapando da crise.

As ONG locais têm insistido que um em cada quatro venezuelanos precisa de assistência humanitária urgente.

Várias organizações estimam que até finais de 2020 outros 1,5 milhões de venezuelanos vão abandonar o país.