O líder do CDS disse este domingo, no encerramento do IX Congresso Regional da Juventude Popular (JP Madeira), que a forma como o PS, António Costa e Paulo Cafôfo estão a tratar a Região faz lembrar-lhe “os socialistas, no passado, com José Sócrates, que criaram o garrote financeiro à Madeira para tentar ganhar eleições”.

No entender de Rui Barreto, o que se passa actualmente não é muito diferente, chamando a atenção para o facto de o primeiro-ministro e líder do PS já ter visitado a Madeira pela sétima vez, “umas vezes como chefe do governo, outras como líder partidário, conforme lhe convém, mas em nenhuma dessas vezes resolveu os problemas da Madeira e que são da estrita responsabilidade do Governo da República”.

Deu como exemplos a revisão do subsídio social de mobilidade, a portaria para estendê-lo aos transportes marítimos e o apoio à linha ferry e conclui que a falta de resolução para estes temas é sinal de que o candidato do Partido Socialista “não tem peso nem influência nenhuma nacional”.

Rui Barreto presidiu este domingo ao encerramento do IX Congresso da JP Madeira, que elegeu Pedro Pereira para a liderança desta organização política de juventude do CDS-PP. Falando para uma plateia jovem, o líder do CDS considerou “vergonhoso” que o Governo da República trate os estudantes da Madeira de forma diferente do resto do país, ao não estender à Região o passe Sub23.

Os acontecimentos políticos dos últimos dias na Região não passaram despercebidos e a leitura de Barreto mostra que ninguém fica de fora. “Não me revejo neste país, com greves de norte a sul e agora até temos violência na rua todos os dias e ataques às forças da autoridade”, afirmou o líder do CDS, frisando que não quer este cenário para a Madeira”, disse, numa alusão directa a uma governação socialista regional.

Sobre a conferência em que o primeiro-ministro participou na Ponta do Sol, Rui Barreto destacou a intervenção do presidente do PS Madeira, Emanuel Câmara, que disse que a “onda do PS na Região cresce como uma bola de neve”.

“O senhor não deve saber o que diz”, afirmou Rui Barreto, explicando aos jovens que a neve cai na montanha e entra em atrito, acabando depois desfeita, realçando que o CDS “faz o percurso ao contrário, um percurso sólido, de trabalho, ideias e projectos”.

Insistindo em que os madeirenses não têm de escolher entre “a desilusão que é o PSD e o populismo e despesismo do PS e de Paulo Cafôfo, o líder do CDS também se referiu ao congresso do PSD. “Dizem que são a renovação, mas eu estava em casa a ver aquelas imagens e disse para mim mesmo: era eu criança e estas pessoas já governavam a Madeira, são sempre os mesmos há 40 anos”, afirmou, para incentivar o jovens a trabalhar para que o CDS seja “a primeira escolha e a verdadeira alternativa”.

Rui Barreto pediu aos jovens para terem atenção ao que se passa na Venezuela e pediu-lhes que sejam solidários para com todos os que fogem da crise e do sofrimento. “Temos muitos conterrâneos nossos a passar por dificuldades, o CDS entende que devem realizar-se novas eleições, mas o meu apelo é no sentido de vos pedir que acolham os que regressam, muitos com formação superior e vontade de construir, de fazer e empreender. Todos juntos vamos transformar a Madeira, com o contributo de todos e de todas as gerações”, sintetizou.

CDS espera “um grande resultado”

Já o secretário-geral do CDS, Pedro Morais Soares, mostrou-se convencido de que o partido irá obter “um grande resultado” nas eleições regionais de 22 de Setembro. “Temos a ambição de ser a primeira escolha, o partido confia na capacidade e no trabalho de Rui Barreto, vamos fazer campanha a seu lado para obtermos um grande resultado”, afirmou, arrancado uma enorme ovação dos jovens, anunciando que Assunção Cristas estará na Madeira a 8 e 9 de Março para participar “num grande evento”.

O dirigente nacional disse que “quem lidera a oposição na Madeira só poderá ter a ambição de ser a primeira escolha”, lembrando que, a nível, nacional, a líder Assunção Cristas “se tem batido com brilhantismo” com António Costas, afirmando-se “como a verdadeira alternativa”.

O novo presidente da JP Madeira, Pedro Pereira, que sucede a Wilson Rodrigues, comprometeu-se a trabalhar para que o partido alcance os seus propósitos. “A JP está preparada para ajudar o CDS a atingir todos os seus objectivos nos três actos eleitorais”, declarou o novo líder da juventude democrata-cristã. “Temos de atingir uma governação de qualidade, é isso que ensejo os madeirenses”, afirmou para dar razão ao líder do CDS, Rui Barreto, quando afirma que “não estamos condenados a ter que escolher entre a desilusão que é o PSD e o populismo do PS e Paulo Cafôfo”.

Francisco Rodrigues dos Santos, líder nacional da Juventude Popular, falou das diferenças das organizações partidárias para instigar os jovens democratas-cristãos da Madeira “a não abdicarem dos valores que nos distinguem”. Afirmou-se convicto de que o CDS irá alcançar “um grande resultado na Madeira”, pediu união em torno de Rui Barreto, enalteceu a sua “genuinidade”, está convencido de o “CDS é a alternativa credível” na Madeira e no país.

Pedro Pereira foi eleito presidente da JP Madeira com 91 por cento dos votos.