Turismo

Hotéis continuam a dominar em Portugal, apesar da subida do alojamento local

Os hotéis continuam a ser os empreendimentos turísticos dominantes em Portugal, representando 73% da oferta, mas as novas plataformas 'online' têm motivado uma "procura crescente" por alojamento local, segundo o Atlas da Hotelaria 2016, hoje divulgado.

"A indústria do turismo e o setor da hotelaria em particular, agora num novo paradigma, demonstraram uma dinâmica incomparável. Estamos perante uma revolução digital, que aproximou o turista do destino e de todas as suas valências, tornando a competitividade e a diferenciação fundamentais. Estamos perante uma nova realidade, novos costumes, que influenciam e estimulam novos modelos de negócio", afirma Jorge Marrão, da consultora Deloitte, responsável pelo estudo.

De acordo com as conclusões da 11.ª edição do Atlas da Hotelaria, "apesar do incremento da procura por alojamento local face a anos anteriores, os hotéis continuam a ser a preferência dos turistas que visitam Portugal".

Atualmente existem no país mais 135 empreendimentos turísticos e mais 6.203 unidades de alojamento do que em 2015, num total de 1.864 e 136.203, respetivamente.

Os hotéis são a tipologia de empreendimentos turísticos predominante, com 73% do total, seguindo-se os apartamentos turísticos (10%), os hotéis apartamentos (8%), os hotéis rurais (4%), os aldeamentos turísticos (3%) e as pousadas (2%), num panorama que se manteve "praticamente inalterado" face a 2015.

Impulsionado "sobretudo pelas plataformas de pesquisa e arrendamento 'online', o alojamento local verificou, contudo, "um crescimento assinalável", com o número de unidades a ultrapassar atualmente as 22.000, correspondentes a uma oferta de mais 88.000 camas.

As regiões de Lisboa e Algarve concentram cerca de 75% das unidades (88.674 camas) e o Norte surge na terceira posição com 11%.

Ainda assim, segundo a Deloitte, os empreendimentos turísticos de três e quatro estrelas são os que predominam a nível nacional, representando 34% e 37% do mercado, ou seja, 643 e 695 unidades hoteleiras, respetivamente.

Os empreendimentos de duas estrelas ocupam a terceira posição, com 16%, e os de cinco estrelas a quarta posição, com 8%, existindo atualmente em Portugal 142 unidades hoteleiras nesta categoria.

No ano passado, destacou-se o aumento do número de hotéis de quatro estrelas, onde se registaram 68 aberturas, com os grupos Pestana Hotels & Resorts/Pousadas de Portugal, Vila Galé Hotéis e Accor Hotels a surgirem como os detentores do maior número de empreendimento turísticos.

O Grupo Pestana lidera o 'ranking' "de forma destacada", com 7.076 unidades de alojamentos (14.570 camas) em 65 empreendimentos, mas são de assinalar os reforços da oferta em 2016 dos grupos HF Hotéis Fénix (que subiram do 14.º para o 11.º lugar), Porto Bay (do 17.º para o 12.º) e Turim Hotéis (19.º para 17.º).

Numa análise por regiões, verifica-se que o Algarve continua a concentrar o maior número de empreendimentos turísticos do país (23%) e também de unidades de alojamento (32%), tendo apresentado uma taxa de ocupação média de 61,8% e um preço médio por quarto de 56,7 euros.

Seguiu-se a região Norte, que reúne 22% dos empreendimentos turísticos, a região Centro (21%) e Lisboa (15%), com a Madeira e Lisboa a destacarem-se como as zonas do país com maior taxa de ocupação (72,7% e 71,2%, respetivamente).

Relativamente ao RevPAR (receita por quarto disponível), todas as regiões do país aumentaram as suas receitas em 2016, com Lisboa a sobressair com uma receita por quarto disponível de 53,6 euros, mais 5,70 euros do que no ano anterior.