Turismo

Portugal é ponto de partida da internacionalização dos Paradores de Turismo de Espanha

Portugal será o ponto de partida da internacionalização da cadeia hoteleira espanhola Paradores, através de uma parceria com a Visabeira Turismo, que vai transformar a "Casa da Ínsua", em Penalva do Castelo, no primeiro "parador" fora de Espanha.

A apresentação do novo parador e da parceria entre a Paradores de Turismo e a Visabeira Turismo decorre hoje no Ministério da Economia e da Competitividade de Espanha, em Madrid, com a presença do secretário de Estado do Turismo de Portugal, Adolfo Mesquita Nunes, e da homóloga espanhola, Isabel Borrego.

Também presentes estarão a administradora executiva da Paradores de Turismo, Ángeles Alarcó Canosa, e o presidente da Visabeira Turismo, Frederico Costa.

"É a primeira internacionalização, o primeiro 'franchising' da marca Paradores. É a primeira vez nos 85 anos de história dos Paradores que eles saem de Espanha. É um momento histórico para eles, mas também é um momento importante para nós", disse à agência Lusa Frederico Costa.

O presidente da Visabeira Turismo revelou que o contrato de parceria será por 10 anos, uma prova de que ambas as partes "desejam estabilidade" para um "percurso longo" que pode trazer oportunidades adicionais ao grupo português.

"O que esperamos com isto? Em primeiro lugar a abertura ao mercado espanhol e depois associarmo-nos a uma grande marca que nos oferece o mundo inteiro - porque aos Paradores não vão só espanhóis, vão americanos, russos, japoneses, chineses", disse o responsável do grupo português.

A parceria vai trazer rentabilidade adicional a um hotel que, disse Frederico Costa, estava "muito condicionado à procura nacional".

"O hotel 'Casa da Ínsua' é um solar do século XVIII da família Albuquerque, que está sob exploração do Grupo Visabeira. É um hotel de 5 estrelas, com tudo o que se pode pedir de um hotel contemporâneo de luxo, mas está situado em Penalva do Castelo, a 70 quilómetros da fronteira com Espanha, e nunca se conseguiu afirmar em território português", explicou Frederico Costa.

Para o responsável português, o hotel precisava "desta oportunidade de, fazendo parte de uma rede internacional, com maior expansão e notoriedade, poder posicionar-se dentro de mercados com uma procura que não só a portuguesa, que era pequena e não daria para viabilizar o hotel".

A Paradores de Turismo é uma cadeia internacional, com 94 hotéis (passará a 95 com a 'Casa da Ínsua'), focada na recuperação de património para uso hoteleiro, com história (fundada em 1928) e com um "Programa de Amigos" - um programa de fidelização - com quase 700 mil pessoas.

"É uma marca fortíssima em Espanha que serve como selo de qualidade", salientou Frederico Costa, acrescentando que a expectativa da Visabeira é a de duplicar a atual rentabilidade da 'Casa da Ínsua' por alturas do final do segundo ano de parceria.

Por outro lado, a Visabeira "gostaria de poder ajudar a Paradores noutras aberturas e noutros projetos".

"Esta parceria poderia ser explorada. Por exemplo, o Grupo Visabeira tem a Vista Alegre sob a alçada e - porque não? - poderia concorrer aos concursos públicos dos Paradores para os seus 94 hotéis e equipá-los com louça Vista Alegre. São oportunidades", afirmou Frederico Costa.

A 'Casa da Ínsua' não terá de fazer investimentos de monta para se adaptar à nova vida da Paradores, apenas adaptará o fardamento do pessoal e substituirá os logos (atualmente com a marca Visabeira - Hotéis Monte Belo) pelos da Paradores.