Turismo

Turismo promete maior aposta no golfe

Director regional de turismo quer os três campos envolvidos na estratégia No algarve, o golfe é o nosso segundo produto a seguir às praias

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A Madeira não é, nem vai ser um destino de golfe. Quem o diz é o director regional de Turismo, Bruno Freitas, que explica assim o facto de a Região ter uma fraca ocupação dos seus três campos de golfe (25,5%).

Os números da Direcção Regional de Estatística, (ver texto ao lado), mostram a ocupação máxima quedou-se em pouco mais de 30%.

Bruno Freitas reconheceu que houve uma estagnação na aposta neste sector. “A Associação de Promoção tinha um projecto específico para o golfe, mas que ficou moribundo com a saída do Campo de Golfe do Santo da Serra”, explicou. “No entanto vai recuperar esse plano”, prometeu, revelando que qualquer estratégia tem de envolver os três campos. “O Turismo tem uma verba para apoiar financeiramente acções, mas os projectos têm de ser apresentados pelas entidades”, sustentou.

Questionado sobre se a Madeira pode beneficiar dos apoios do Turismo de Portugal (TP) para o golfe, que estabelece no seu plano estratégico para 2007-2015 que o país se apresente “como um destino de golfe muito bem posicionado no ranking europeu”, o director regional do Turismo diz que já beneficia através do apoio ao Torneio Internacional de Golfe (TIG), mas que a o próprio TP não considera o produto estratégico na Madeira. “As pessoas não vêm à Madeira fazer golfe, mas podem fazê-lo quando estão de férias, é complementar”, resumiu.

Golfe é número 2 no AlgarveÉ uma situação bastante distinta da do Algarve, considerado recentemente o melhor destino turístico de golfe da Europa e com várias distinções nesta área. O presidente do Turismo do Algarve, Desidério Silva, é categórico:  “O golfe é o nosso segundo produto a seguir às praias”. O ano passado passaram pelos 40 campos algarvios 350 mil golfistas e foram contabilizadas mais de um milhão de voltas de golfe, número que representa um crescimento de 1,1 por cento face ao ano anterior.

Uma barreira que não era ultrapassada desde 2009. “Ainda não são os números que querermos”, afirmou ao DIÁRIO o responsável, que está empenhado em conseguir, em conjunto com o Turismo de Portugal, “captar novos voos do Norte da Europa”, principal emissor de golfistas para a Região.

A Madeira, porém, não entra neste campeonato. O director de Turismo da Madeira vai continuar a desembolsar meio milhão de euros no TIG, mas não está interessada noutro tipo de iniciativas.

“Não podemos ser um destino de golfe de acordo com as orientações técnicas”, assumiu. Mas acrescentou: “Interessa-nos porém a visibilidade e o tipo de cliente, de classe média alta, que este segmento representa e estamos interessados em nos promover internacionalmente em revistas da especialidade, por exemplo”.

Medidas como as adoptadas no Algarve, com o apoio do Turismo de Portugal, para fazer com que as companhias não cobrem pelo transporte de material para a prática deste desporto, também estão de fora da estratégia, explicou.

Açores já sonhouO destino Açores, por seu turno, já alimentou o sonho do golfe. Apesar de a revista norte-americana Golf Digest ter  considerado o Campo de Golfe das Furnas, um dos três existentes, como o 2.º melhor de Portugal, num ranking mundial que para o país contempla 10 campos, este ano, o sector naquele arquipélago atravessa “um momento de fortíssima indefinição”, depois de o Governo Regional ter investido milhões milhões de euros públicos e ter considerado o sector “crucial” para o turismo. Sérgio Ávila, vice-presidente, no ano de 2006 chegou mesmo a afirmar que o Governo Regional tinha “ambição de transformar os Açores no melhor destino de golfe do mundo”. Em 2007 foi criada a marca ‘Azores Golf Islands’, depois da Região ter sido considerada, a seu pedido, pelo Conselho Estratégico de Promoção Turística Nacional, como “um dos principais destinos de golfe do país”. O Grupo madeirense SIRAM chegou a investir  9 milhões de euros em dois campos, mas em 2010 deixou de acreditar nas virtudes do negócio. Conforme lembrava o Diário dos Açores, num artigo de Fevereiro, “o sonho dos Açores virem a ser o maior destino de golfe do mundo, parece, pelo menos por enquanto, destituído de qualquer sentido prático”.

Factos46 mil voltas foram realizadas nos 3 campos de golfe da Madeira em 2013+ de 1 Milhão de voltas foram realizadas nos 40 campos de Golfe do Algarve260 euros por dia é quanto gasta em média um turista de golfe, segundo estudos