Turismo

Turismo do Centro quer rede regional de programação e gestão cultural

O presidente do Turismo do Centro defendeu  hoje, na Batalha, distrito de Leiria, a criação de uma rede de programação  e gestão cultural no sentido de criar uma "agenda comum" para potenciar  a região.

Pedro Machado explicou que o trabalho passa por "pegar na programação  um pouco dispersa dos museus, da Delegação Regional da Cultura e de todos  os agentes culturais, e uniformizar, através de uma agenda comum, que transforme  isto num potencial da região, particularmente para a oferta do mercado interno  e, a partir daí, também, um fator de atratividade e de permanência dos turistas  para aquilo que pode vir a ser a atração externa".

À margem da conferência "O novo quadro estratégico europeu 2014-2020,  oportunidade económica -- novos desafios para as empresas", o responsável  destacou o património classificado pela UNESCO -- Organização das Nações  Unidas para a Educação, Ciência e Cultura na região: Tomar, Batalha, Alcobaça  e Coimbra.

"Se pensarmos o património natural -- a Berlenga e Geoparque NaturTejo  -- estamos a falar de seis sítios classificados como Património Mundial",  adiantou o presidente do Turismo do Centro, apontando a possibilidade de  "acrescentar a esta evidência, através de uma rede de promoção daquilo que  é património cultural classificado, também uma rede de intervenção e animação  desse património".

Pedro Machado considerou a "sazonalidade" e a "estada média" como dois  problemas do Turismo do Centro.

"A região Centro tem 1,8 noites de estada média, quando a média nacional  está nos 2,2. Precisaríamos, pelo menos, de acrescentar dois dígitos e podermos  ultrapassar as duas noites, duas noites e meia naquilo que é a estada média",  declarou.

Para o presidente do Turismo do Centro, para que os turistas fiquem  na região é preciso criar respostas à pergunta: "O que é que podemos fazer  aqui?".

"Isso é visível, por exemplo, nos núcleos urbanos que recebem turistas  estrangeiros", observou, referindo a este propósito: "Um dos mercados mais  emergentes e com maior crescimento para a região Centro tem sido o Brasil  e o brasileiro é ávido de 'shopping' e de programação cultural".

Pedro Machado admitiu, contudo, que a região Centro não tem "uma rede  instalada que permita ter uma oferta integrada daquilo que é a diversidade  do património".

"Isso é um dos projetos que defendemos que deveria ser naturalmente  apoiado, porque é uma montra muito grande", afirmou, reconhecendo que gerir  uma rede com cem municípios "não é uma tarefa fácil".

O responsável referiu ainda que para este projeto é necessário o envolvimento  de outros parceiros, como "a Direção Regional da Cultura, os municípios,  através das suas comunidades intermunicipais", mas também haver "uma relação  direta com todos os agentes culturais", de que exemplificou o Teatrão, de  Coimbra, o ACERT, de Tondela, Viseu, os teatros municipais e "tantos outros".

"Não há, de facto, ainda, hoje, uma capacidade instalada de os promover  em simultâneo e é isso que defendemos que devia acontecer", declarou.