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Marcelo insta portugueses a ajudarem quem está a “passar mal”

O Presidente da República visitou hoje os armazéns do Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, que estavam vazios, ao contrário do que é habitual, e pediu aos portugueses que ajudem quem está a “passar mal” devido à pandemia.

O Banco Alimentar Contra a Fome organiza duas grandes campanhas de recolha de alimentos por ano, recorrendo a voluntários que vão recolhendo as doações nas superfícies comerciais. Depois, os alimentos são levados para as instalações da organização, na zona de Alcântara, em Lisboa, e lá são organizados.

É esse processo que Marcelo Rebelo de Sousa faz questão de acompanhar todos os anos, ajudando inclusivamente a separar os alimentos.

Este ano, a pandemia e as medidas de contenção que foram decretadas proibiram a presença dos voluntários nos supermercados, e a azáfama que segue nos armazéns brancos e azuis, pintados com as cores e os símbolos do Banco Alimentar. Este ano os pavilhões estão vazios, não há pessoas e não há alimentos.

E foi precisamente essa questão que o chefe de Estado assinalou quando falou aos jornalistas no final da visita: “Há um ano isto estava cheio, a campanha tinha começado há dois dias, [hoje] isto está vazio”.

Por isso, fez “um apelo muito simples, para uma coisa complicada”, e pediu aos portugueses que “façam esse esforço”.

Apontando que “é preciso preencher o que está vazio”, por que há pessoas “que sofrem com esse vazio”, Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos que “não estão a passar tão pior assim” que pensem “naqueles que estão a passar mal, e vão passar mal mais um mês, e mais dois meses, e mais três meses, e mais seis meses, e mais um ano, o tempo que durar a crise”.

“Em muitos casos pessoas já com idades, em que não é fácil o retomar o trabalho em condições que são condições que nunca conheceram, assim com esta crueza estão a conhecer quando já não é fácil refazer a vida”, exemplificou, falando em “pobreza envergonhada”.

O Banco Alimentar Contra a Fome está a fazer a recolha de alimentos através de vales que as pessoas podem comprar nas lojas ou através da ‘internet’, sendo que os alimentos são depois entregues pelos supermercados nos 21 bancos alimentares.

Para dar o exemplo, o Presidente da República tinha à sua espera um ‘tablet’, onde doou simbolicamente “cinco ou seis produtos”.

“Foi rápido, mas tenciono, daqui até ao dia 31 de maio [final da campanha], de cada vez que for fazer compras dar o contributo por vale, ou em alternativa pela ‘internet’”, reforçou, vincando que os portugueses têm de ter “a noção” de que “há 400 mil pessoas” que “precisam de um contributo”.

Marcelo Rebelo de Sousa apontou duas razões para que os portugueses não deixem de contribuir este ano, apesar de reconhecer que este novo método “é mais complicado”: o facto de esta organização apoiar “quase 400 mil pessoas” através de “2.400 instituições” e a rede de emergência criada para apoiar pessoas que “não eram cobertas pela rede tradicional” de apoio, mas que com a pandemia, se viram obrigadas a pedir ajuda alimentar.

“Há muitas instituições, felizmente, por todo o país, a tentar fazer face a esta situação de emergência, mas quando se trata, para essas instituições, de saber onde é que vão buscar a comida, vão buscar aos bancos alimentares contra a fome”, salientou.

A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, mostrou-se convicta de que esta campanha não vai recolher tantos donativos quanto as anteriores, mas reforçou o pedido do Presidente para que as pessoas doem.

De acordo com a responsável “houve um acréscimo de cerca de 60 mil pessoas” que a pandemia obrigou a pedirem ajuda.

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