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Costa quer “dinheiro novo já” da União Europeia e pede emissão conjunta de dívida

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O primeiro-ministro considerou hoje urgente a existência “já” de “dinheiro novo” na União Europeia para financiar a resposta à crise provocada pela pandemia da covid-19 e defendeu que seria um sinal político “fortíssimo” a emissão de ‘eurobonds’.

Estas afirmações foram proferidas por António Costa no debate quinzenal na Assembleia da República, em resposta a uma questão formulada pelo secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, sobre a agenda da próxima reunião do Conselho Europeu na quinta-feira.

De acordo com António Costa, perante a atual crise sanitária, tal como ao nível nacional, “também ao nível europeu há dois momentos: O momento da emergência e, depois, o momento do médio e longo prazo”.

Tal como já havia afirmado na segunda-feira, em entrevista à TVI, no médio e longo prazo, os Estados-membros da União Europeia precisam “seguramente de um grande plano de investimento à escala europeia - um plano que seja inteligente e que ajude à transição para a sociedade digital e responda aos desafios ambientais, podendo-se chamar Marshall ou Von der Leyen”.

“Mas, para além do médio e longo prazo, precisamos de uma resposta já. E essa resposta já implica dinheiro novo para responder aos custos acrescidos que os serviços nacionais de saúde estão a ter em toda a Europa, para podermos aumentar o número de testes na população e para dotarmos os sistemas de saúde com os equipamentos essenciais”, salientou.

Depois, deixou uma advertência: “É essencial para não se acrescentar à crise sanitária uma crise económica e social”.

“Os apoios que estamos a dar às famílias e às empresas requerem uma resposta comum. O problema não é português, espanhol, italiano ou holandês. É um problema comum a toda a União Europeia e, por isso, temos de ter uma resposta comum de toda a União Europeia”, reforçou.

Neste contexto, o líder do executivo saiu em defesa da via de a União Europeia adotar agora uma emissão conjunta de dívida.

“Para além do aspeto financeiro, do ponto de vista político, para que a Europa possa dizer que responde conjuntamente, era simbolicamente muito importante poder haver uma emissão conjunta de dívida titulada por ‘eurobonds’ ou ‘coronabonds’, ou como lhe queiram chamar. Devia haver essa resposta não só para apoiar as necessidades de financiamento, mas também porque era uma mensagem política fortíssima que a Europa dava no seu conjunto a todo o mundo: Perante um desafio comum respondemos em comum”, declarou, recebendo palmas da bancada socialista.

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