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Gritos de Coragem e de Esperança

De repente, o mundo mudou e a realidade parece ter dado lugar à ficção.

Quando menos esperávamos fomos surpreendidos e confrontados com uma situação semelhante à do filme de 2011 “Contágio”.

A uma velocidade alucinante, uma pandemia provocada por um vírus letal e contagioso “Covid-19”, não escolhe condição social, raça, sexo, espalha-se rapidamente por todo o lado através de um simples contacto entre pessoas e de objetos tocados por estas.

Aquilo que nos parecia adquirido deixou de o ser, deixamos de ter certezas, passamos a ter imenso tempo e a ficar confinados a um espaço. Deixamos de abraçar e conviver com os nossos familiares e amigos.

Subitamente somos obrigados a refletir sobre a fragilidade da vida humana e a procurar respostas nos que nos antecederam e tiveram de confrontar a maior pandemia do século XX: a gripe espanhola (1918).

Procuramos respostas nas palavras e em obras como “A Peste” de Albert Camus, o “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago, “O amor nos tempos de cólera” de Gabriel Garcia Marquez.

Procuramos respostas na fé, na ciência, na economia, nos sistemas políticos, nos governos e em novas formas de trabalho.

Procuramos respostas nos gritos de angústia, de liberdade, de coragem e de esperança que levaram quase sempre às mudanças e às revoluções no mundo que conhecemos.

E percebemos como nunca o poder do famoso quadro do “Grito” de Edvard Munch e o inestimável contributo da obra deste artista norueguês na denúncia da fragilidade humana em tempos de pandemia.

Os tempos de crise e de emergência não se compadecem com silêncios, mas exigem gritos de coragem e de esperança de todos, dos governantes, dos médicos, dos enfermeiros, dos profissionais de saúde.

Saúdo por isso o exemplo de coragem do Presidente do Governo Regional e de toda a sua equipa, em torno da defesa e da salvaguarda da vida de todos os madeirenses e porto-santenses.

A obrigação de submeter todos os chegados aos aeroportos e portos da nossa Região à quarentena, depois de ter solicitado o fecho das fronteiras internas é bem reveladora dessa coragem.

Miguel Albuquerque não hesitou em colocar em primeiro lugar a vida de todos os seus concidadãos e enfrentou o Governo da República avançando com medidas mais vastas.

As medidas que o Governo Regional tomou foram bastante acertadas, ajustadas e elogiadas por todos e só não foram mais longe porque o Presidente e o Governo da República não admitiram.

Saúdo também o exemplo de esperança, de missão e de dedicação de todos os que estão na linha da frente do combate a esta pandemia, designadamente médicos, enfermeiros, profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança e que merecem o meu profundo e sentido reconhecimento.

O combate ao Covid-19 também exige um grito de coragem e de esperança de todos nós individualmente porque estamos todos juntos nesta batalha.

Os gestos, as escolhas e a responsabilidade de cada um serão determinantes para o sucesso de toda a nossa Região.

Tenho a certeza de que estaremos todos à altura de tão nobre responsabilidade e que venceremos mais este enorme desafio.

Tal como referiu o Papa Francisco, “tenho esperança na Humanidade, vamos vencer, vamos sair melhores”.

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