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Pelo menos 12 pessoas mortas em ataque a várias aldeias no centro do Mali

Foto AFP
Foto AFP

Pelo menos 12 pessoas foram mortas num ataque a várias aldeias no centro do Mali, uma zona que tem sido alvo da violência ‘jihadista’ e intercomunitária, disse hoje o presidente da câmara de uma das localidades atingidas, Sangha.

“Os terroristas Fulani reuniram-se há quatro dias na floresta (não muito longe das aldeias atacadas) e, na terça-feira, fizeram o ataque”, disse o presidente da Câmara de Sangha, Ali Dolo, à agência de notícias francesa AFP.

De acordo com Ali Dolo, os atacantes ainda roubaram cerca de 500 cabeças de gado.

O número de mortos foi confirmado pelo primo de uma das vítimas que falou sob condição de não ser identificado, bem como por um relatório interno das Nações Unidas.

“Entre as 16 e as 21 horas, homens armados, alegadamente Fulani, atacaram várias localidades perto da aldeia Dogon de Tirelli, a cerca de 30 quilómetros a leste de Bandiagara”, uma das principais cidades do centro, informou o relatório da ONU divulgado hoje.

“Chegaram em mais de 50 motos, dois a dois [em cada uma]. Até agora, foram encontrados 12 corpos”, disse o familiar, acrescentando que seis pessoas estão desaparecidas.

“O que nos está a matar não é o coronavírus, mas a guerra”, disse, por seu lado, Ali Dolo.

O centro do Mali tem sido palco de muita violência desde 2015 e alvo de um grupo ‘jihadista’, liderado pelo pregador Fulani Amadou Koufa, que recrutou elementos em grande parte das comunidades e juntou-se ao Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, a principal aliança ‘jihadista’ do Sahel filiado na Al-Qaeda desde a sua criação, em 2017.

Os ataques, frequentemente seguidos de represálias, têm aumentado e têm-se tornado intercomunitários entre os Fulani, que são principalmente criadores de gado, e as etnias Bambara e Dogon, que trabalham sobretudo na agricultura.

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