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Nações Unidas adiam celebrações da igualdade de género

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As Nações Unidas anunciaram hoje o adiamento, devido à propagação da doença covid-19, de dois grandes acontecimentos para assinalar o 25.º aniversário da Declaração de Pequim, um marco para a igualdade entre mulheres e homens.

Milhares de pessoas de todo o mundo eram esperadas na Cidade do México, em maio, e em Paris, em julho, nos dois fóruns Geração Igualdade, que iriam assinalar os avanços em direção à igualdade de género.

Os encontros foram adiados para a primeira metade do próximo ano, devendo as datas concretas ser anunciadas nos próximos meses, indicou a ONU Mulheres, agência das Nações Unidas que promove a igualdade entre mulheres e homens.

A Declaração de Pequim, assinada em 1995, é o primeiro documento das Nações Unidas a mencionar, entre os direitos humanos das mulheres, o direito a decidir sobre assuntos relacionados com sexualidade e saúde reprodutiva.

O guião de 150 páginas fixa 12 áreas de atuação para atingir a igualdade entre mulheres e homens, entre as quais o combate à pobreza e à violência, a educação universal e o acesso das mulheres a cargos de chefia e liderança.

Neste compasso de espera até aos fóruns, a ONU Mulheres vai organizar “uma série de encontros virtuais”, que fixarão a agenda da igualdade de género.

À semelhança do que constatou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês), num artigo publicado na quarta-feira, também a ONU Mulheres antecipa um maior impacto da crise sanitária na vida das mulheres.

“As mulheres estão a desempenhar um papel desproporcionado na resposta à doença, como cuidadoras, profissionais de saúde na linha da frente, líderes comunitárias e dinamizadoras rurais, frequentemente com grande risco para a sua saúde”, assinalou a agência.

No mês passado, a Comissão sobre o Estatuto das Mulheres, o principal órgão das Nações Unidas destinado a promover os direitos das mulheres, viu-se obrigada a reduzir drasticamente o seu encontro anual, que iria juntar, ao longo de semanas, em Nova Iorque, 12 mil pessoas dos 193 Estados-membros das Nações Unidas, para assinalar os 25 anos da Declaração de Pequim.

Em vez disso, numa breve reunião realizada em 09 de março, a Comissão adotou uma posição política que reforça a importância da Declaração de Pequim, adotada por 189 países, que, em 1995, assinalava que o avanço na igualdade “não foi rápido nem profundo o suficiente” e que “persistem fossos e obstáculos, incluindo “barreiras estruturais, práticas discriminatórias e a feminização da pobreza”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 57 mil.

Dos casos de infeção, mais de 205 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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