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Jornalistas detidos na Venezuela e acusados de divulgarem mensagens de ódio no Twitter

O Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela (CNP) denunciou na terça-feira que dois profissionais foram detidos pelas autoridades que “com falsas acusações” os relaciona com delitos de ódio através de uma conta na rede social Twitter.

“O regime, através de um processo manipulado, tem presos os colegas Mimi Arriaga e Marco Antoima. Foi-lhes imposta prisão domiciliária, proibição de sair do país e de escrever mensagens nas redes (sociais). Uma violação dos Direitos Humanos”, queixou-se o secretário-geral daquele do CNP aos jornalistas.

Edgar Cárdenas acrescentou que “proibir aos jornalistas que difundam informações ou mensagens é censura prévia”.

Os jornalistas em questão, segundo o CNP (entidade responsável pela atribuição da carteira profissional de jornalista) e o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), são acusados de usar uma conta do Twitter para divulgar informações.

Os dois jornalistas negam ter quaisquer vínculos com a conta @VVSinMiedo, e outros dois profissionais são também procurados por suspeitas de usarem o Twitter para divulgar informação interna do canal de televisão Venevisión e para tomarem posição sobre alguns acontecimentos.

Segundo o CNP, os jornalistas são acusados “com um guião preparado, que os condena por um inimaginável complô na nuvem de Internet”.

“Os jornalistas têm um código de ética, uma formação universitária e uma lei de exercício da profissão que obriga a escrever a verdade dos factos noticiosos”, salientou Edgar Cárdenas.

Por outro lado, precisou que os venezuelanos se preparam para celebrar o dia do jornalista, a 27 de junho, “num ambiente hostil provocado pelo Governo, que pretende silenciar a imprensa livre com agressões, assédio e detenções arbitrárias”.

Segundo o CNP, na Venezuela, os familiares dos jornalistas são também vítimas de “assédio e ameaças”.

Mimía Arriaga, coordenadora do portal da Internet 800Notícias, foi detida a 18 de junho passado por funcionários do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária) que efetuaram também uma rusga à sua residência.

Por outro lado, a 20 de junho último, Marco Antoima entregou-se às autoridades após “pressões sobre a mãe e o filho”, alegou Edgar Cárdenas.

Depois da detenção foi levado a casa de onde a polícia “subtraiu alguns dos seus haveres”, segundo o SNTP.

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