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Segunda Carta aberta ao meu filho

Agora, agora é a tua vez e a de milhares de adolescentes que, como tu, estreiam uma nova fase, aquela que têm de começar a traçar o seu destino, o seu futuro

Meu querido João e contigo todos os que iniciam um novo capítulo da sua vida, já esta semana.

Quando entrei contigo para te matricular na escola secundária onde o teu pai e eu frequentamos, com alguns anos de diferença, senti uma sensação de regresso a casa.

Não sou pessoa de voltar aos sítios do passado, bons e muito menos maus. Foi, portanto, a terceira vez em mais de 25 anos que reentrei no edifício onde completei o Secundário, boas memórias, melhores que piores, poucos amigos, que já sabes que tua mãe é demasiado seletiva, o cheiro daqueles corredores, parece que estava a ver a boa energia do Sr. Franco e o seu típico andar “às dez para as duas”, no terceiro andar e os mega croissants do bar da escola.

Foi a minha vez, mas parece ter sido ontem…

Agora, agora é a tua vez e a de milhares de adolescentes que, como tu, estreiam uma nova fase, aquela que têm de começar a traçar o seu destino, o seu futuro, que contributo darão a si mesmos e à sociedade.

Meu filho, que ainda há pouco eras um desdentado a falar e a cuspir ao mesmo tempo, estás feito num homenzinho responsável, bonito e talentoso e num piscar de olhos, seguirás o teu caminho e terei de te largar a mão, aquela que já não me dás em público. Ainda que não me deixes de dar a mão, ela está sempre sobre ti, na tua cabeça, no teu Ser, tentando te proteger o melhor que posso e sei.

Por favor se esperto: não aceites nada de ninguém que não tenhas a certeza do que seja. Tem cuidado com o teu corpo, desconfia de tudo à toda a volta, evita lugares estranhos, não queiras “experimentar”. Não sofras por amores de criança, foca-te em conhecer o mundo, a música, a ti mesmo.

Enquanto Deus me der vida, estarei sempre aqui para ti.

A todos os adolescentes que começam o secundário: felicidades.