Madeirense que partilhou balneário com Diogo Jota recorda o talento e a humildade
João Góis foi colega do avançado na temporada 2015/2016 ao serviço do Paços de Ferreira
João Góis, defesa-esquerdo madeirense, natural da Camacha, lamentou profundamente a morte de Diogo Jota, com quem partilhou balneário na época 2015/2016 ao serviço do Paços de Ferreira.
Na altura, João Góis tinha 26 anos e Jota apenas 19, mas já se destacava como um dos valores emergentes do futebol português.
Sob o comando do treinador Jorge Simão, o Paços de Ferreira terminou essa temporada na 7.ª posição da I Liga, a apenas um ponto do sexto lugar e do sonho europeu, com Diogo Jota a brilhar com 14 golos marcados, tornando-o no segundo melhor marcador da equipa pacense. Mas, o que ficou para o jogador madeirense não foram só os resultados, mas também as memórias e os tempos vividos ao lado do jovem avançado.
Estou um bocado em choque e nem sei muito bem o que dizer. Mas como colega, ele era uma pessoa muito humilde, sempre foi muito trabalhador, e estava sempre pronto para ajudar o próximo. É essa a imagem que tenho dele: humilde, muito trabalhador e amigo do próximo João Góis, jogador madeirense
Em declarações ao DIÁRIO e à TSF-Madeida, João Góis também diz não esquecer os momentos de convívio nos estágios, onde partilhavam um gosto em comum. "Nós partilhávamos o mesmo hobby, por assim dizer, que era jogar PlayStation. Jogávamos FIFA, e passávamos muito tempo assim. São memórias que guardo com carinho", relembra.
Mas mais do que o talento, foi a atitude de Diogo Jota que sempre impressionou o seu colega de equipa madeirense. "Nunca virava a cara à luta. Era um jogador que trabalhava muito e que era muito dedicado àquilo em que acreditava. Acho que isso foi o que o levou a chegar onde chegou, para além da qualidade técnica que todos lhe reconheciam", refere, acrescentando que já era notório que Jota estava talhado para outros e altos voos. "Claramente que se destacava dos outros. Dava para perceber que ia fazer a carreira que fez e que ia chegar onde chegou", sublinha.
Agora afastado dos relvados, João Góis que se prepara para encerrar a sua carreira como jogador e dar início a uma nova etapa da sua vida, em Lousada, fora dos holofotes do futebol, deixa uma mensagem de consolo à família, amigos e fãs de Diogo Jota. "Numa situação tão delicada e difícil, quero deixar uma mensagem de conforto sobretudo para a família. A verdade é que quem fica é quem mais sofre. Espero sinceramente que tenham muita força neste momento", frisa.
O futebolista português Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão André Silva, de 25, morreram hoje de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
Diogo Jota era jogador do Liverpool, que representava há cinco épocas e no qual venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra, duas Taças da Liga e uma Supertaça. Na selecção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações, tendo conquistado duas Ligas das Nações.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.