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Qual será a doença do século?

Existem muitas variedades de doenças, aquelas que nascem connosco, as que são adquiridas, sem qualquer “perdão”, mas que têm “remédio”, seja ele médico ou cirúrgico, também existem doenças evitáveis, para as quais se aplicam vacinas, normalmente em determinadas e adequadas datas e idades, as quais acabam por evitar muitos danos no nosso organismo.

Deste modo, as doenças mais comuns são aquelas provocadas por bactérias, vírus, fungos e parasitas, que são as situações clínicas mais frequentes e também normalmente, com melhor capacidade de tratamento. E assim, quando se diz a alguém da nossa confiança - “Tu estás mas é doente!” estamos declaradamente a nos referir, a uma “avaria” da cabeça, ... e não propriamente a uma doença! Que muitas vezes se desconhece o motivo ou a causa e, portanto, o tratamento e a sua evolução. Por tudo isto se percebe que entre todas as doenças, umas são da responsabilidade efectiva do S.N.S., outras são da nossa total responsabilidade e da nossa prevenção esclarecida e outras ainda podem ser da competência de outras autoridades. E aqui refiro-me áquela que pretendo designar e considerar a doença do século. Que é o nosso maravilhoso “companheiro” quotidiano, chamado, telemóvel! Que nos acompanha, de dia, de noite, com luz, ás escuras, ao sol, á chuva, á tona ou debaixo de água, enfim, 24 sobre 24 horas com agora se diz numa narrativa moderna. E quais serão os seus efeitos? Quais os que são conhecidos? E quais os desconhecidos? Podemos fácilmente aferir, que aquele supermecanismo, com aquela imensidade de funções e capacidades quase inesgotáveis, fazem mal concerteza á nossa “torre de comando”. Aliás, está sobejamente aconselhado, para os adultos, não dormir com o telemóvel no mesmo quarto da habitação... pelas interferências das ondas, electromagnéticas ou de outra natureza, durante o sono, ... a parcela da nossa vida diária, em que fazemos a “limpeza” da “sujidade” cerebral, que produzimos durante todo o “santo” dia. Tudo isto referente a uma massa encefálica adulta, plenamente formatada, para as suas imensas funções. E agora o que dizer, quando se trata de jovens, de crianças, até de bebés de colo, cujo material encefálico está em fase inicial de formação, a qual só irá completar totalmente, por volta dos 20 e picos anos de idade... mas que usam e abusam dos referidos objectos, sem qualquer limite temporal, ... para tudo e mais nem sei o quê?

O certo é que, numa pequena voltinha de 45 minutos, pela nossa pequena cidade, iremos encontrar num perímetro de 20X20 metros quadrados, nunca menos de 45 pessoas, em posições variadas, ao telemóvel, uns a falar em voz alta, outros a olhar para o objecto, outros ainda com head-phones e a falar sózinhos, e muitos outros a mandar mensagens, sem olharem para o que se passa á sua volta e á sua frente, seja um degrau, seja um objecto, seja um passeante eventual! Desde ouvir ao telemóvel, “sermões” desagradáveis, ou então estar a cantarolar, passando por insultos, por ordens expressas para alguém que está noutro local, trocas de mensagens em alta-voz, ... tudo se pode ver e ouvir, nesta pequena cidade atlântica! Imaginem como será giro, fazer este passeio em NYC ou em Xangai!

Não sei se existem dúvidas de que o telemóvel tem efeitos prejudiciais no nosso organismo - alguns desconhecidos - muito em particular na massa encefálica! E como a cabeça é quem comanda o corpo, ... fica tudo dito!

Entre os resultados mais evidentes desta actividade permanente e aparentemente pacífica, acontece que agora, as pessoas conversam muito pouco uns com os outros, “mano a mano”, os interesses mudaram e os valores também, as decisões e as opções já dependem de outros factores, tornando as pessoas reféns deste insinuante objecto, não conseguindo sobreviver sem ele, “side-by-syde”! E aqui vamos, porque “A procissão ainda vai no adro”!

Resumindo e concluindo, considero que é tempo de se tomar muita atenção a este objecto, ... porque existem telefones portáteis, concebidos exclusivamente para telefonar ou comunicar, com os quais, não existem problemas em concreto. E é indispensável que se protejam os mais jovens desta “praga”. cujos limites ainda estão por descobrir. Vou deixá-los adivinhar quais serão as patologias prevalentes que são originadas pela utilização do telemóvel, sem qualquer controlo, para poderem pensar a 100%, sobre este mecanismo, polivalente, ... que só lhe falta falar, e talvez funcionar como vibrador, ... vibrador para tratar pequenas mazelas músculo-esqueléticas em casa! E como dizem os franceses - “On y soit qui mal y pense”! Ainda sobre o inacreditável e indissolúvel problema dos telemóveis nas escolas, queria referir que, esse problema, nem tem discussão, nem opinião técnica individual, porque assim, se tudo é permitido, porque não levar para a escola o seu animal de companhia ou de estimação, seja o cão, o gato, o rato ou outro animal de pequeno porte, ... até pelo menos ao limite de tamanho dum perú?

Fica aqui registada a minha proposta para a Doença do Século, ... porque - “Viver é melhor que Sonhar!”

P.S. O Hino Nacional pode ser adulterado, num espetáculo público, sem qualquer penalização? O que diz a nossa Constituição?