O Estado da Nação

Honestamente falando (ou escrevendo) não sabemos a razão que levou Suas Excelências os Senhores Deputados da Assembleia da República e os ilustres membros do Governo de Portugal a decidirem discutir o ESTADO DA NAÇÃO.

Para quê e por quê, meu Deus do Céu?

Por mais mal-informado que esteja o cidadão português, quem é que não sabe o verdadeiro Estado da Nação?

Todos nós sabemos, só que, alguns, por umas “convenienciaszinhas” pessoais, familiares, empresariais e mais algumas “coisinhas” que a gente sabe, mas não vale a pena aqui referir, fazem por ignorar ou dizem tudo ao contrário do que sabem.

Mas tudo isso é compreensível. Quem é que - no seu bom juízo - vai exigir aos que estando bem que digam que (quase) tudo isto está mal?

Ninguém tem esse direito e muito menos obrigação.

Bom, mas não perdendo o fio à meada, a ideia de discutir o Estado da Nação foi mal pensada. Um tempo gasto inutilmente, já que todos os dias que aquelas abençoadas portas da Assembleia da República se abrem, dá-nos conta do Estado da Nação.

Para sermos sinceros a única coisa de novo que soubemos, foi de que lá dentro existia um “fanfarrão” e uns tantos “trouxas”.

E ainda bem que fomos informados, e embora vos pareça paradoxal, ficamos felizes por sabermos isso. Termos só um “fanfarrão e meia dúzia de “trouxas “dentro da nossa Assembleia da República é de elevarmos as mãos ao Céu e agradecermos ao Criador.

Por aquilo que ouvimos, vimos e sabemos dentro das outras “Assembleias” por essa Europa fora, nenhum povo se pode gabar de no seu País ter lá só um “fanfarrão” e uns poucos de “trouxas”.

Falem com um espanhol, francês, alemão, inglês e outros cidadãos espalhados pelos vários países europeus –e não só - para ouvirem o que dizem sobre muitos –talvez a maioria - dos deputados e governantes que tiveram e têm.

Uma desgraça completa.

Tomara eles terem só um “fanfarrão” e uma meia dúzia de “trouxas”. Acham que, repetimos, se tivessem só um “fanfarrão” e meia dúzia de “trouxas” teriam todos os dias casos novos de corrupção, uma economia débil, uma saúde “doente” de várias, graves e diferentes patologias, um ensino precário, uma injustiça social gritante, um trabalho inseguro, um futuro dos jovens incerto, crimes e violência doméstica permanentes e tanta outra desgraça que só em pensar nos dói o coração.

Se eles tivessem só um “fanfarrão” e uns poucos “trouxas”, entre as coisas boas que têm, teriam acrescentado muito mais.

Nós, portugueses, é que somos pobres, perdão, ricos e mal-agradecidos.

Numa Assembleia da República, cheiinha como um ovo, de deputados e mais um governo a “rebentar pelas costuras” de ministros, secretários e todo um habitual “staff” (que já vem de trás e de muitos anos) e ter só um “fanfarrão “e alguns poucochinhos de “trouxas” se não é milagre, deve ter qualquer coisa de sobrenatural.

Havemos de descobrir, não por curiosidade, mas para descanso do nosso espírito.

Juvenal Pereira