Este sábado celebra-se o Dia de Malala. Quem é esta activista?
Foi a ONU que, em 2013, instaurou o dia 12 de Julho como sendo o Dia Malala, uma homenagem à jovem activista Malala Yousafzai, no seu trabalho desenvolvido pelo direito à educação das raparigas no Paquistão, o seu país natal.
Malala Yousafzai recebeu, nesse mesmo ano, o Prémio Sakharov, pelo Parlamento Europeu, tornando-se a mais jovem de sempre a receber essa distinção, tendo dedicado o mesmo aos “heróis desconhecidos do Paquistão”.
A história desta mulher é feita de superação. Com apenas 11 anos insurgiu-se contra o regime talibã, que impedia as raparigas de frequentarem a escola. O pai, Ziauddin Yousafza, era director da escola que a menina frequentava, no Vale de Swat, perto da fronteira com o Afeganistão. No entanto, com a chegada dos talibãs, instalou-se o terror e as meninas eram perseguidas por irem à escola. Foi então que começou a escrever o ‘Diário de uma Estudante Paquistanesa’, um blogue da BBC que teve coragem de escrever. Nele relatava o terror vivido diariamente a luta que era para conseguir ter acesso à educação.
Os talibãs acabariam por tomar conhecimento dessa ‘rebeldia’ e acabariam por balear Malala num dia em que a jovem ia a caminho da escola. A bala atingiu a cabeça, mas a sua transferência para um hospital britânico acabaria por salvar-lhe a vida. Foi em Inglaterra que a família acabou por se refugiar, por forma a fugir às perseguições, conseguindo que Malala tivesse o tão ansiado direito à educação.
“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” Malala Yousafza
Já aos 17 anos, em 2014, venceu o Prémio Nobel da Paz, tornando-se a mais nova de sempre a conquistar este galardão.
Em 2020, Malala concluiu os estudos na Universidade de Oxford, onde estudou Filosofia, Política e Economia. No ano seguinte casou-se com Asser Malik, que conheceu na universidade através de um amigo.
Fundo Malala criado em 2013
Também no ano de 2013, na senda do activismo, com o apoio do seu pai, foi criado o fundo Malala, que se destina a apoiar meninas em países onde lhes é dificultado o acesso à Educação. Neste momento, são apoiadas crianças residentes em países como o Afeganistão, Brasil, Etiópia, Nigéria, Paquistão e Tânzania. Qualquer pessoa pode doar uma quantia monetária para apoiar as acções que são levadas a cabo por este fundo.
O fundo apoia também raparigas que vivem em contexto de pobreza, guerra, casamentos forçados e discriminação de género para acesso às escolas.