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O Porco!

Não resisti a escrever qualquer coisa sobre este animal e assim, como bem podem reconhecer, o porco, trata-se dum animal doméstico. Habitualmente residente com os seus donos, seja junto á habitação, seja nos terrenos circundantes, vivendo sozinho ou acompanhado pela sua prole, normalmente durante um tempo limitado. É um animal pouco “falador”, mas muito barulhento, lembrando até um “refilão”, não prezando muito pela limpeza do seu “habitat”, o qual se encontra quase sempre muito conspurcado. Não se pode considerar um animal feio, mas tem uma beleza discreta e peculiar, mostrando um “fácies” simpático e prazenteiro, demonstrando, assim, uma imagem do seu contentamento, com uma satisfação sempre presente, ... talvez porque está sempre comendo e mastigando, algo que muito lhe apraz. Não trabalha, ao contrário de outros animais domésticos, porque não possui aptidões para fazer nada, até porque, depois de algum tempo de vida e de idade, será obrigatoriamente utilizado para a alimentação dos seus “patrões” e amigos, muito em particular nas festividades da quadra natalícia nas nossas ilhas atlânticas.

Por ironia do destino, o seu nome próprio, é vulgarmente utilizado como insulto, quando se pretende menosprezar alguém, utilizando palavras e gestos. Não costuma desfilar em espetáculos ou noutros cenários, como é o exemplo dos cavalos ou dos cães e dos gatos, talvez porque os seus quatro membros se apresentam desajeitados, denotando-se uma marcha lenta, trôpega e até truculenta, em pequenos trajectos. ... limitando assim os seus atributos nas áreas da culinária.

Por entre esta raça de animais, aqueles das terras lusitanas, são deveras apreciados e muito solicitados, também reconhecidos como o “porco ibérico”, porque, sendo alimentados com a bolota portuguesa, são muito mais saborosos quando cozinhados, ... e depois vendidos a preços superiores, devido a estes mesmos requisitos.

Mas, o porco, é um animal com muitas qualidades, para além daquelas relacionadas com a culinária e com as festas. Por causa da sua anatomia relativa aos seus órgãos internos e pelo facto destes mesmos órgãos serem semelhantes aos mesmos órgãos na espécie humana, foi de tal forma importante, que originou a realização de vários transplantes entre estes dois seres vivos. E assim quer o coração, quer o rim, foram cirurgicamente retirados do porco e colocados no homem, em circunstâncias muito particulares, totalmente experimentais, enquadradas em projectos de investigação científica médico-cirúrgica, que significaram grandes progressos nestas áreas da saúde.

Mas este ilustre animal, que merece o nosso elogio e as nossas deferências, não passa despercebido pelas pessoas, sendo muito agraciado pelas crianças e pelos jovens, sendo sim, particularmente recordado no auge dos típicos repastos natalícios.

Fica aqui exposta a referência a este simpático animal doméstico, que nasceu e viveu, para poder desencadear o gáudio e o prazer, nas nossas reuniões festivas realizadas nas homenagens do Natal madeirense.