Escravatura, trafico humano; a história repete-se?
Em tempo existiu um termo “regionalismo” quando te indignavas com alguém do tipo (não me chateies) dizia-se; vai para Argel. Todos os anos na Cidade de Machico no último fim de semana do mês de Agosto celebra-se a festa dos fachos, atualmente associada às festas do Santíssimo Sacramento, mas que outrora teriam raízes históricas, as fogueiras e sinais luminosos tinham na sua função de alertar para as invasões dos corsários franceses ocorridas nos séculos XVI e XVII. A escravatura dos corsários á Madeira e Porto Santo a invasão de corsários franceses no Funchal em 1566 resultou no saque à cidade e na captura de escravos que foram levados para as Ilhas Canárias e vendidos. Os corsários franceses, cujo líder era então Bertrand de Montlue e sediados em cidades do norte de África entre outras Argel, (Piratas de barbários), atacaram o Funchal pela praia Formosa, tendo se registado atos de vandalismo, nomeadamente a morte de mais de 200 moradores, com moradias e templo destruídos e pilhados, os engenhos e plantações de açúcar destruídos e diversos incêndios ateados. Sendo certo também que piratas Argelinos por diversas ocasiões no século XVII assaltaram e saquearam a Ilha do Porto Santo levando consigo grande parte da população como escravos. Porque a cidade muito vulnerável à época devido à falta segurança, de soldados e de armamento, a ocupação tornou-se relativamente fácil por parte dos oitocentos a novecentos “Arcabuzeiros” (termo de quem manobrava uma antiga arma de fogo) tendo um cúmplice o português “Gaspar Caldeira «O pirata Caldeira», que conhecia bem o terreno, vindo mais tarde ser executado em Lisboa por crime e traição à Pátria. Os reforços em apoio à defesa demoraram e só após dezoito dias é que chegaram à Madeira para fazer frente aos 10 barcos então utilizados tendo oito deles já partido e levando consigo além de aproximadamente 300 escravos, móveis, jóias e tecidos, felizmente que muito do património ter sido guardado em buracos escavado que tentados a retirar do esconderijo (Sé do Funchal ) devido ao cheiro que emanava era de tal forma insuportável que desistiram da busca. Entretanto o líder Montluc ferido em combate faleceu três dias depois além de dois dos barcos terem sido apreendidos. Atualmente com o argumento da falta de mão de obra, deparamo-nos com um problema de imigração por vezes desregrada e até já denunciada por alguns meios de comunicação que os passaportes portugueses a serem vendidos nas terras de origem, como se de cartões para carregar telemóveis se tratassem. Noutras latitudes denunciam-se casos de gangs oriundos do Brasil, concretamente dum perigoso grupo PCC que se instalam nosso país.
Estaremos a arriscar com voltar a (legalizar a escravatura e validar o trafico humano), valendo-se da miséria e da insegurança usando muitos dos seres humanos nos seus países de origem, pondo em risco por vezes até a nossa segurança. Será que o grave problema nem é dos criminosos ou das vítimas, mas sim dos promotores, das divergências e das circunstâncias que ambos lidam na sociedade? Numa nação onde temos mais de 2 milhões de emigrantes (portugueses a viver fora de Portugal) seria bom pensar seriamente o caminho que estamos a trilhar no que a (imigração, pessoas que entram no nosso país) sem o mínimo de condições e sujeitas a exploração das suas fragilidades, estaremos a ser de certa forma cúmplices desta situação cada um de nós e até condescendentes do (Pirata Caldeira) neste século XXI?
A. J. Ferreira