Duvidas
Este tem sido um mês curioso. Porque quase todos os dias temos visto qualquer coisa em relação ao turismo da Madeira, e normalmente focando algo de mau.
Aos já sobejamente conhecidos casos (chamemos-lhes assim...) de óbvia sobrecarga de percursos pedestres na ilha, de que a Ponta de São Lourenço e o Rabaçal/Risco/25 Fontes serão os casos mais notórios mas não, de longe, os únicos, aos casos de estacionamento abusivo por toda a ilha, vemos agora surgir o episódio seguinte... a criação de acampamentos espontâneos em miradouros em toda a parte.
Eu não posso deixar de pensar que tudo isto é intencional... não percebo o que possa nortear as decisões que levam a estes comportamentos, mas não me parece crível que incompetência e incúria possam surgir, nestes casos, por acaso.
E não posso deixar de concluir que a base de toda esta pirâmide está na opção pelas low cost... a Ryanair e as suas similares, mantendo os preços altos para residentes, mercê de um modelo tão mal desenhado que só podia mesmo resultar nisso, baixaram o preço para visitantes de tal maneira que todos vêm à Madeira.
Muita gente... muita, muita, gente. Mas muitos, incapazes de pagar um quarto de hotel, um alojamento local, mesmo um hostel. Mais ainda, incapazes de pagarem uma refeição. Mas todos alugam carros... nalguns casos sem seguro obrigatório... e sem a menor noção, ou remorso, pelas regras de trânsito que sistematicamente violam.
Não interessa muito quanto custa o carro... afinal, serve para dormir também... da mesma forma que quem investiu em autocaravanas e carros-com-tenda-em-cima sabia que estes iam ser usados para dormir dentro... e provavelmente em todos os lugares... excepto um parque de campismo.
Mas ninguém pode ser tão incompetente... Ninguém pode ser tão cego que não entenda as consequências dos seus actos e omissões... o surpreendente nem é que isto aconteça... é que isto aconteça sem consequências... para todos. E alguém está, concerteza, a ganhar com isto. O que talvez explique a apatia da PSP, que parece fazer questão de não ver o óbvio.
Penso que é altura de votar noutro. A Madeira precisa mesmo de alguém diferente a controlar os seus desígnios. Vão votar... e votem, se é mesmo preciso, no mesmo... mas idealmente noutro qualquer.