Os “Valentins” da nossa História
Não obstante existirem várias versões sobre a origem do Dia de São Valentim ou Dia dos Namorados, reza uma delas que a comemoração deste dia remonta o século III, numa época em que, por imposição real, eram proibidos os casamentos por se achar que os homens solteiros tinham maior disponibilidade para combater nas guerras.
Um bispo de nome Valentim, para contentamento de muitos casais e por não concordar com a decisão, continuou a celebrar casamentos, facto que acabou por posteriormente lhe ditar a prisão e condenação à morte.
Reza ainda a história que durante o período em que esteve preso recebia flores dos jovens casais com mensagens de agradecimento e esperança sobre o amor.
Muitos séculos depois, carregado de marketing, fruto do aproveitamento comercial da data, o Dia de São Valentim, mantém o seu grande simbolismo apesar de poucos terem interesse na sua origem. Vale mais impressionar quem nos toca o coração.
Sempre foi assim, poucos se preocupam saber o que custou ou a quem custou a conquista dos direitos que hoje podemos usufruir.
Quantos “Valentins” lutaram e foram sacrificados ao longo dos séculos para podermos ter os direitos fundamentais ao nosso alcance?
Ao não valorizar este pormenor da História, cujas conquistas foram acontecendo com muito sacrifício, com avanços e recuos, poderá conduzir à falsa ideia de que tudo o que está ao nosso dispor é garantido.
Infelizmente não é, basta olhar à nossa volta, quer neste velho continente quer noutros mais distantes, onde, sob a bandeira de mudança, a vontade sequiosa de poder e interesse de alguns, arrastam outros tantos milhões para a desgraça e destruição. Destruição de projetos de vida e de vidas onde a palavra “direitos” é proibida.
Se calhar muitos deles nunca imaginaram que o inimaginável aconteceria.
Importa por isso, a cada um de nós, a reflexão séria sobre o que temos, sobre o que construímos, o legado que nos deixaram e sobretudo, a sua necessária preservação, mediante tomada de decisões e escolhas conscientes e responsáveis.
E por cá, neste cantinho do Atlântico, não se julgue que somos exceção, porque não somos, não se caia no erro de acreditar em certos protagonistas de promessas do Céu na Terra. Ao longo dos últimos tempos e essencialmente no último ano tem ficado bem clara a intenção e capacidade de quem as tem vindo a prometer e não é certamente em benefício do interesse público.
E tal qual as promessas e juras de amor eterno que se exalam neste dia dos namorados, para bem dos aliciados, é bom que estes saibam discernir as reais intenções de quem as faz, até porque tal como diz o velho ditado “Quando a promessa é muita, o santo desconfia” e apesar das mudanças serem condição necessária à evolução e desenvolvimento de todos nós, nem todas elas nos trazem felicidade, às vezes são mesmo catastróficas.
Sejamos por isso verdadeiros “São Valentins”, saibamos dizer que não quando é necessário, para bem das nossas histórias e da História de todos nós.
Viva o amor!