Quatro anos para a História
O nosso objectivo deverá ser, tipo obsessão, garantir a receita pública necessária
Os madeirenses e portosantenses construíram, de forma amadurecida e esclarecida, um quadro partidário e político para os próximos quatro anos que derrama inveja num país onde o protesto inconsequente suplanta a vontade de construir.
A caminhada tranquila que esta renovação partidária impôs à vida política da Madeira é exemplo de sabedoria popular que só um povo adulto e consciente assume sem pestanejar. Fazendo triagem coerente entre as golpadas partidárias e as candidaturas sem qualidade, para além de aventureiras, os madeirenses fazem opções consistentes de quem não cede perante loucuras à vista de todos.
Foi assim na tentativa de assalto ao poder dentro do PSD/M, história de deslealdades e traições que os protagonistas no futuro se encarregarão de denunciar, bem como na última configuração eleitoral, à beira de uma maioria absoluta, que o povo sabiamente tentou garantir.
Como estavam errados os descrentes nesta RENOVAÇÃO, saudável e democrática, liderada por Miguel Albuquerque. Um chefe com mundo, esclarecido, democrático, respeitador e que nos poderá fazer construir um próximo futuro como nunca antes vivido.
Hoje vamos confirmando quanto enganados fomos nestas décadas anteriores de caciquismo e derrocada financeira.
Felizmente esta última década, trazendo a credibilidade financeira indispensável à governação, tão bem elogiada pelo insuspeito ex-ministro das finanças socialista Fernando Medina, colocou-nos à porta de uma etapa muito boa para a Madeira. Como nunca antes conhecida.
É nisto que eu acredito e, antes de tudo o mais, quero afirmar a minha convicção que daqui sairá uma governação competente para uma transição tranquila.
Transição, porque é preciso continuar a alargar os contornos da Autonomia bem como assegurar a consolidação dos níveis de qualidade de vida.
Faltam-nos receitas públicas capazes de garantir toda a despesa orçamental necessária. Essa é a principal missão da tutela das finanças regionais. Até hoje, foi controlar a despesa, escapar à dívida e chegar ao final de cada ano orçamental. Daqui para diante deverá ser o de procurar novas receitas, mesmo que tenha de se socorrer de consultores e técnicos internacionais que apontem caminhos e nos permitam fazer um debate interno, interessado e oportuno, sobre o tema mais importante do futuro próximo.
O nosso objectivo, tipo obsessão, deverá ser garantir a receita pública necessária, aliviando as famílias madeirenses de impostos excessivos.
A lei das finanças regionais é crucial.
Qualquer dirigente saberá conduzir o orçamento aprovado. O desafio é, no entanto, o de assegurar fontes de financiamento que não temos mas sabemos serem possíveis.
O futuro da Madeira não pode estar condicionado ao nosso mero conhecimento regional. Este é curto, ainda que se viaje, veja televisão e haja acesso a inúmeras plataformas de informação. O que o mundo já inventou e aplica em diversos quotidianos deve ser a matriz da nossa procura por soluções para os problemas que cristalizam com a nossa insularidade.
Foi assim nos principais desafios que enfrentámos: a Zona Franca da Madeira, a adesão à União Europeia e a construção de um aeroporto internacional. Em nenhum deles ficámos reduzidos ao nosso conhecimento e experiência. Fomos contratar peritos, técnicos, consultores e especialistas de renome mundial para assessorar naqueles projectos de singular relevância para o nosso futuro. Gente com saber e dinâmica ao ritmo da nossa ambição. Sem vergonha!
Adam Blandy
Confesso ter sido sempre um seu admirador. Mais que um “Gentleman” era um “Sir”. Desde jovem que eu acompanhava o meu pai no seu grupo de golfe no Santo da Serra. Mais tarde recordo a sua expressão ao me mostrar carta do Ministério da Defesa informando o preço decidido para expropriação da Quinta do Palheiro, onde pretendiam instalar base de mísseis. Propôs, em alternativa, construir campo de golfe se suspendêssemos esse propósito. Eu era então vice-presidente do governo regional e com o apoio do general Cerqueira Rocha, então chefe do comando militar, encontrámos novo local, que até veio a não ser necessário. Entretanto acabou a guerra fria. Cumpriu com o prometido.
Mas a grande referência pessoal foi quando jovem, talvez com vinte anos, o ouvi dizer que quando fizesse cinquenta anos deixava de trabalhar. Passou a ser o meu farol de carreira. Que, ao contrário dele, não consegui realizar.
Inter e Milan
Os dois históricos clubes da cidade de Milão, compraram a meias o grandioso estádio municipal Giuseppe Meazza à Câmara local por 197 milhões de euros. Também chamado de San Siro, nome do bairro onde se situa, envolve terrenos circundantes e conduzirá à construção de um novo estádio pelos dois clubes.
Será que só em Portugal, em particular na Madeira, a rivalidade é tão doentia que retira o mínimo de capacidade para ter o melhor em vez de dividir ficando com mau e inacabado.
Lamento as autoridades públicas oficiais que pagaram o abuso forçado pelos clubes. Tinha feito bem o Estado Novo em ter um único estádio para quatro clubes. Assim continuou a Autonomia, até que a euforia financeira e a procura por apoios eleitorais, no princípio deste novo século, tirou inteligência aos decisores da época, culminando num exagero, não de campos para formação e prática do futebol, mas na não construção de um belo e moderno estádio para as grandes equipas da Madeira.
Há cidades ricas e outras com dificuldades, normalmente estas últimas porque faltou, pelo menos em algum momento, a boa gestão e a sabedoria.
Poderia o nosso estádio ter recebido o jogo inaugural do Euro 2004? Claro que sim, reduzindo em seguida a sua lotação. Por alguma razão em Las Palmas estão investindo mais de cem milhões de euros no estádio para serem anfitriões de jogos do Mundial 2030, organizado por Espanha, Portugal e Marrocos. Sem oposição discordante. Com a nossa inveja.
Problema de honestidade?
Serão assim tão incompetentes os nossos árbitros? Se o são como não os afastam, já que viciam os resultados desportivos? Se não é incompetência é crime e, assim, há mais razão para os fazer desaparecer.
Curioso são os jornalistas chamarem lance “polémico” quando vêm e sabem ser irregular.
Tenho medo que vá sobrar para o Nacional já no próximo jogo do Benfica na Choupana! Há que acender os alarmes e deixar de ser anjinho.
Handball Praia
Tenho dificuldade em perceber onde o handball de praia em Outubro promove o Porto Santo como destino de Inverno. Não imagino o subsídio atribuído mas calculo que seja dinheiro gasto sem sentido nem interesse. É desporto ou turismo?
Nenhuma assistência para além dos jogadores e participantes das outras equipas. Alguns alunos locais na final.
Todos os erros têm uma justificação. Este está por descobrir.