DNOTICIAS.PT
Artigos

Por uma Madeira mais limpa e mais humana

Temos uma oportunidade de passar das palavras aos atos no que toca a fazer mudanças no poder regional. Basta votar nas próximas eleições de março para eleger uma maioria de representantes do povo, que não seja daqueles que estão a governar e a conduzir a Madeira cada vez mais para um beco sem saída.

Não bastam as conversas em segredo. Não basta dizer mal por detrás das costas. Não basta dizer que há muita gente que faz falta no Parlamento para realmente fazer diferente, e encetar mudanças radicais na forma de dirigir os destinos da região, até porque pior do que já está, é difícil.

É preciso fazer a cruz no boletim de voto de forma a que a mudança aconteça e de acordo com os princípios de honradez, firmeza e sobretudo defesa dos interesses da maioria do povo da nossa terra. Basta de ter medo das ameaças porque ninguém fica sem a reforma por mudar o voto para outro partido que sirva melhor os nossos interesses. Basta saber olhar, ver e ouvir as propostas que mais nos servem e no silêncio da mesa de voto, que não tem câmaras de filmar, votar para que a Madeira deixe de ser governada, de uma vez por todas, pelos donos disto tudo que andam a se rir de nós há quase 50 anos.

Precisamos de gente séria no Parlamento, comprometida com as reivindicações populares, com entrega à causa pública, sem rabos de palha e sem processos que ponham em causa o seu bom nome e o dos outros. Há muito por onde escolher. Eu tenho o meu partido que tem gente de confiança e que merece nos representar na casa da democracia e no governo, que já deu provas de nunca trair o povo nem dele se servir. Reconheço também que noutros partidos, que nunca tiveram na governação, existem pessoas sérias e sem medo que dariam bons governantes nesta mudança que é necessária. Temos recursos humanos válidos, então vamos investir a nossa esperança para que a mudança aconteça e que este longo período de asfixia da autonomia seja ultrapassado de uma vez por todas.

Precisamos compreender que, para encetar a mudança, a primeira coisa a fazer é eleger Deputadas e Deputados que sejam a maioria dos 47 lugares que tem o Parlamento. Depois é que se segue a formação do governo. Quanto mais representantes um partido tiver, mais poder negocial tem perante os seus pares que decidirem dar as mãos e avançar com um projeto de mudança baseado em políticas sérias que tenham em conta a resolução dos problemas mais graves que a região enfrenta, como a crise da habitação, o alto custo de vida, o trabalho precário, o monopólio dos transportes marítimos, o alto custo das passagens áreas, o apoio integrado para ajudar na resolução dos casos de pobreza crónica de diversos setores da população mais vulnerável, etc...

No fundo, elaborar um Plano e Orçamento de governo onde no centro das prioridades estejam as pessoas e a resolução dos seus problemas. Sabemos que nem tudo pode ser feito de uma hora para a outra, mas se houver compromisso sério e vontade de mudar teremos uma Madeira mais LIMPA e mais HUMANA.

P.S. – Podia ter dedicado este artigo a falar da política do Trump. Podia ter-me deixado levar nas malas do Chega. Podia, mas não era a mesma coisa, porque basta o que todos os dias nos entra em casa pela informação oficiosa.