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Caprichos de avarentos

Em vez do avarento ser dono do dinheiro, o dinheiro é que é dono do avarento. São Boaventura

O avarento é como o porco, não dá proveito vivo, mas dá proveito morto. Este ditado está relacionado com o dilema dos avarentos: Estes, no final da vida, sentem angústia ao pensar que muito pouparam, mas outros beneficiarão da sua fortuna. Alguns avarentos, porém, tentaram contornar este destino, e quiseram continuar com a riqueza, mesmo depois da sua morte.

Herdeiro de si próprio

Foi o que aconteceu a Hemocrates, um dos homens mais ricos da Antiguidade, ficou preocupado com o destino da sua riqueza, ao ver que o final da vida se aproximava e não tinha família nem amigos. Hemocrates chamou o escrivão da cidade e fez um testamento. Segundo este, a sua fortuna não deveria ser distribuída, ele continuava a ser o dono dos seus bens, mesmo depois da sua morte. Ou seja, seria ele o herdeiro de si próprio!

O cumprimento do testamento

Um outro avarento, já no século XX, muito se afligiu ao pensar que ia morrer, mas não queria deixar toda a riqueza neste mundo. Por isso, chamou um notário e fez um testamento segundo o qual, quando morrer, o filho deveria depositar no seu caixão mil contos.

Logo que o avarento morreu, compareceu o notário para certificar que o testamento seria respeitado. O filho, porém, era tão ou mais avarento do que o pai. Na hora do funeral, o filho do avarento preencheu um cheque de mil contos e o depositou no caixão do pai.

De nada valeu a queixa que o notário apresentou no tribunal contra o filho. Pois, segundo a lei, o cheque é uma forma legal de pagamento, válida como qualquer outra.

A promessa de avarento

Um certo avarento adoeceu gravemente e esteve às portas da morte. Um padre compareceu para lhe dar a extrema unção. Na presença do padre, o avarento prometeu que, se sobrevivesse, venderia a sua casa e entregaria o dinheiro da casa para a Igreja distribuir pelos pobres.

O avarento sobreviveu e ficou recuperado, mas ficou muito perturbado porque nunca tinha oferecido um cêntimo nem queria oferecer. No entanto, a promessa tinha que ser cumprida. Após algumas noites sem dormir, o avarento teve uma ideia brilhante: anunciou a venda da sua casa por uma pataca, mas com uma condição: quem comprasse a casa teria que comprar o seu gato por 100 patacas. Assim aconteceu. Após vender a casa, ofereceu uma pataca para a Igreja. O preço do gato não fazia parte da promessa!