Que líderes queremos?
A tomada de posse de Donald Trump, na passada segunda-feira, marca um ciclo político no mundo nada auspicioso, que contraria toda a decência da humanidade. É um líder autoritário, manipulador, sem escrúpulos e egoísta. Diz-se religioso e bate com a mão no peito, mas o que faz é a mera instrumentalização dos crentes num Deus supostamente generoso e misericordioso para os eleitos do Reino. O fundamentalismo religioso não combina com um regime democrático.
Os líderes moldam o comportamento de quem os admira. Quando utilizam o poder que têm para inferiorizar e desrespeitar o outro, estão a dar um sinal de que isso é legítimo. Os seus valores e comportamentos são imitados sem serem postos em causa. A humanidade enfrenta, sem dúvida, uma grande ameaça global.
Não podemos antever as consequências a médio e longo prazo na humanidade, no clima, na ordem mundial, mas sabemos de alguns efeitos das suas medidas no imediato: libertação de 1500 cidadãos que tinham invadido o Capitólio, num ato de rebelião insano de não aceitação dos resultados eleitorais; permite, assim, a selvajaria sem sentido desde que sirva os seus propósitos; vai retirar-se dos Acordo de Paris sobre o Clima para permitir o aumento da produção, com atropelo aos esforços para reduzir as emissões de gases que levam às alterações climáticas; Sai da OMS; assume uma arrogância imperialista e expansionista do território que vai do Panamá até Marte; ameaça frontalmente todas as políticas de diversidade, equidade e inclusão da anterior presidência, com a recusa em assumir a diversidade de género.
Não é deste tipo de líderes autocráticos que os países democráticos precisam.
Nós precisamos de líderes empáticos, solidários e justos. Carecemos de líderes como preconiza a Academia de Líderes Ubuntu. A formação integral das crianças e jovens pressupõe o conhecimento dos direitos humanos e o desenvolvimento da empatia como base para o respeito mútuo e a saudável convivência em comunidade.
A Academia de Líderes Ubuntu - Escolas Ubuntu, como podemos ler na sua página eletrónica, “é um programa de capacitação destinado a jovens entre os 12 e os 18 anos, desenvolvido a partir do modelo de liderança servidora e com a inspiração de figuras como Nelson Mandela, Martin Luther King ou Malala. Ubuntu é uma filosofia de origem africana que se traduz na expressão “Eu Sou porque tu És”, na valorização da interdependência e da solidariedade.”
Inspiremo-nos nestes valores e transformemos as nossas crianças e nossos jovens em agentes de mudança ao serviço da comunidade, ajudando a construir uma sociedade mais justa e solidária. Enquanto eleitores, sejamos capazes de fazer as escolhas certas dos agentes políticos que lideram os nossos governos.