Madeira

Célia acusa ARM de “patifaria”

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A água foi um assunto incontornável na sessão solene da Ponta do Sol. Celia Pessegueiro considera que os momentos festivos merecem que se enalteça o bem que se faz, mas que não se esqueça o mal que “apenas satisfaz uma agenda partidária”.

Se há matéria que diz muito à população da Ponta do Sol é a água, não fosse este o Povo que, há 61 anos se uniu na defesa do direito à gestão da sua própria água. A Revolta das Águas diz muito a esta população que a invoca como símbolo e inspiração para novas lutas.

Durante os últimos meses, os ponta-solenses “foram vítimas dos ataques de uma empresa pública que privilegia a sua atuação a pensar nos dividendos políticos”.  

Ao contrário da “ideia que a ARM quis passar, ajudada por muitos que defendem cegamente tudo menos o seu concelho, a falta de água que afetou um terço do concelho não se deveu a perdas na rede de distribuição em baixa”

“Não caia água nos reservatórios, não havia água para distribuir, como mais tarde se provou, quem estava a resolver grandes derrames foi a própria ARM, situação que escondeu até à da última hora, pondo deliberadamente as culpa na Câmara Municipal. Mas desta vez não passou”, afirmou acusando a ARM neste processo polémico.

“Os derrames foram muito grandes, de difícil resolução e não deu mais para esconder. Ainda assim, o mais absurdo aconteceu: a ARM, o Governo e alguns deputados fizeram discurso público falacioso para esconder a falha grave que se passa na gestão da água que abastece a Ponta do Sol e também a Ribeira Brava. Não foi a Ponta do Sol o único concelho afetado, mas arriscava a ser o único a ficar com culpas de um problema que está completamente fora do seu alcance”, atirou.

A conduta que transporta a água das Rabaças (junto ao Paul da Serra) até ao reservatório de tratamento que fica nas zonas altas do concelho tem 30 anos, ora “desde que foi construída teve várias ruturas semelhantes às deste verão: ruturas que deixaram a população sem água durante dias a fio como aconteceu em dezembro de 2009”.

Desde essa altura que deveria ter sido construída uma alternativa. Desde há muito tempo, demasiado tempo, que este sistema tem apenas remendos em tubos de plástico de resistência duvidosa. Se há uma rutura ficamos sem água: ou alguém acredita que não cortam a água para fazer as reparações?

Concluiu que “é feio, muito feio mesmo, uma empresa pública que privilegia interesses ocultos em detrimento dos interesses da população com a qual tem contrato de fornecimento de água. Não é uma actuação séria e cumpridora dos seus deveres, é antes uma canalhice / patifaria”.

Sobre a crise da água só posso diz que a Câmara Municipal “não olhou a meios e tudo fez para ajudar a população. Aproveito para, publicamente, agradecer a todos os trabalhadores da Câmara que trabalharam dia e noite em prol do bem-estar da população”.