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“Precisamos de uma mudança”

Em todas as conversas destes dias ouço este apelo: “Precisamos de uma mudança”. Há um profundo descontentamento e até desalento na Região. A economia cresce, os negócios milionários multiplicam-se, o Governo Regional até anuncia superávit, mas quem vive do seu trabalho só vê a sua vida andar para trás. As gerações mais novas são empurradas para a emigração e mais velhas sentem-se abandonadas.

A Madeira é a região do país com maior risco de pobreza. E nem mesmo as chamadas “classes médias” sentem qualquer desafogo. O salário médio fica abaixo da média nacional, mas os preços estão bem acima. Na habitação, então, o Funchal bate recordes. E as dificuldades não ficam por aí. Multiplicam-se os atentados ambientais, deteriora-se a qualidade de vida e falta tudo nos serviços públicos. O aumento de listas de espera na saúde, que nem as crescentes parcerias com privados resolve, é um dos trágicos exemplos.

O modelo de desenvolvimento que o PSD Madeira impõe na ilha há quase meio século não é para velhos nem para novos. Mas é para os “amigos”. Faltam casas, mas não faltam construções de luxo nem elefantes brancos onde não vive ninguém. O IVA nunca voltou aos valores anteriores ao programa de ajustamento, mas os impostos sobre os lucros dos grupos económicos já estão nos valores mais baixos que a região pode determinar. Não há transportes que sirvam a população de tantos sítios e freguesias, mas sobra a propaganda paga com dinheiro dos contribuintes.

A mudança é mesmo necessária. E essa mudança só virá com exigência, escrutínio e coragem para enfrentar os grandes interesses económicos e o regime de amiguismo e compadrio instalado no poder. Como me dizia uma senhora há dias num mercado: “Já estão mesmo descarados. Não fazem nada e ainda gozam com quem trabalha.”

Nestas eleições há novos e velhos partidos de direita que anunciam o combate à corrupção como prioridade, mas sonham com um lugarzinho no governo de Miguel Albuquerque. Não são para levar a sério. Temos ainda os partidos que desistiram de ser oposição e falharam ao compromisso com os seus eleitores de há 4 anos. É o caso do PS, que na República impõe a mesma economia da desigualdade e que também é submisso aos grandes grupos económicos regionais.

Mas há quem se apresente a estas eleições porque acredita que madeirenses e porto-santenses têm direito a uma vida melhor. O Bloco de Esquerda é a única voz contra o privilégio de alguns e pelos direitos e respeito devidos a todas as pessoas. Deixo o meu apelo: seja exigente. Vote no Bloco de Esquerda.