Desporto

Primeira velejadora a vencer Volta ao Mundo está na Madeira e quer fazer documentário

Velejadora sul-africana chegou ontem depois de passagem pelo Porto Santo

None

Kirsten Neuschäfer é sul-africana e está na Madeira pela primeira vez, cumprindo um sonho que a acompanhava há muito. A velejadora foi a primeira mulher a vencer a Golden Globe Race, uma Volta ao Mundo em solitário, que arrancou em 2022, e que completou em 235 dias, repletos de desafios. Será com base nessa experiência que pretende escrever, tendo ainda algumas propostas para concretizar um documentário sobre o assunto.

Depois de uma passagem pelo Porto Santo, a mulher encontra-se na Madeira, acompanhada pela irmã, numa espécie de "desintoxicação" da aventura vivida recentemente, que terminou em Abril. Aos jornalistas, que a visitaram esta manhã na Marina do Funchal, assumiu que não está nos seus planos voltar a participar nesta competição, uma vez que já cumpriu a sua parte. 

Um dos principais desafios foi "ter o barco 100% preparado" para enfrentar esta prova. "Para mim, estar sozinha não foi assim tão difícil porque sou uma pessoa bastante solitária. Mas não ter informações sobre o tempo, por vezes, foi muito difícil, especialmente junto ao Equador, onde não há vento e não sabemos durante quanto tempo vamos lá ficar", explica, acrescentando que ficou nessa região durante quase duas semanas, exactamente devido à falta de vento.

Kirsten Neuschäfer confidenciou que a preparação para esta prova pressupõe deixar o barco em excelentes condições, mas também abastecer-se com comida suficiente para passar 9 ou 10 meses em alto mar, sem direito a qualquer paragem e a gastar uma quantidade limitada de combustível. Isso significa que, mesmo nas zonas mais gélidas não podia utilizar combustível para aquecimento, a fim de o poupar para qualquer emergência. Quanto à água, recolhia aquela que caia em zonas mais chuvosas e guardava para beber mais tarde.

Por enquanto, vai permanecer na Madeira até, pelo menos, quinta-feira, regressando depois a casa. A embarcação deverá ficar por cá, em doca seca, sendo depois vendida por questões financeiras, pese embora a velejadora esteja a tentar encontrar forma de permanecer em sua posse.

O Turismo da Madeira, o Clube Naval do Funchal e outras organizações prestaram, esta manhã, uma pequena homenagem à mulher que diz estar muito agradecida pelo acolhimento que tem recebido na ilha.