Madeira

Programa Reequilibrar é a medida para mitigar o efeito da subida das taxas de juro

Albuquerque admite reforçar a dotação orçamental (1 M€) se necessário

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“As pessoas que sintam que têm um excesso de esforço no pagamento das prestações das respectivas casas devem dirigir-se à IHM e inscrevem-se no chamado Programa Reequilibrar”, aconselha o presidente do Governo Regional, em jeito de resposta à anunciada nova subida das taxas de juro.

Miguel Albuquerque considera que “neste momento nós estamos a pagar um erro do Banco Central Europeu (BCE)”, referindo-se à decisão “já esperada” e hoje anunciada de uma nova subida das três taxas de juro directoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.

Considera que o BCE relativamente à Reserva Federal dos Estados Unidos atrasou-se um ano, ao lembrar que “quando a inflação começou a crescer na Europa a actual presidente do BCE veio a Lisboa, num Conselho de Estado, dizer que era conjuntural”. Reforça que já então estranhou a posição do BCE, cujas repercussões estão bem patentes com esta que é já a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central.

Albuquerque reconhece ser “uma situação muito desagradável para algumas famílias” e por isso aconselha aos que enfrentam taxa de juro excessiva no crédito à habitação a inscrever-se no Programa Reequilibrar, criando no início deste ano e presentemente com mais de uma centena de famílias inscritas e a beneficiarem do apoio do Governo Regional. O apoio médio por prestação situa-se nos 150 euros, valor que no limite pode ir até aos 200 euros.

Recorda que o Governo reservou um milhão de euros de cabimento orçamental para este Programa Reequilibrar, mas hoje assegurou “nós temos capacidade para reforçar este programa se necessário”.

Ainda sobre este aumento das taxas de juro, uma vez que já era previsível vir a concretizar-se, Albuquerque considera que “a maioria das instituições financeiras tinham tempo para acomodar esta subida, a maioria delas penso que vai fazê-lo e não vai ter repercussão imediata”.

Porque para além da via orçamental, que “neste momento não possível fazer”, combater a inflação só resta a via da subida de juros, reconhece que esta medida era inevitável, apesar de afectar “todos os extractos sociais e sobretudo os mais pobres”, sublinhou.