Regionais 2023 Madeira

BE defende aumento do valor e da abrangência das bolsas de estudo

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O Bloco de Esquerda (BE) considerou hoje que o Governo Regional da Madeira deve aumentar o valor e a abrangência das bolsas de estudo para os alunos do ensino superior.

As medidas foram defendidas pelo cabeça de lista do BE às eleições legislativas regionais de 24 de setembro, Roberto Almada, que fez hoje campanha junto dos alunos da Universidade da Madeira (UMa), no Funchal.

Em declarações à agência Lusa, Roberto Almada realçou que o valor das bolsas de estudo atribuídas pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP) deve ser aumentado para fazer face ao aumento do custo de vida, mas também a abrangência deverá ser alargada de modo a chegar à classe média.

"A bolsa do Governo Regional existe, mas é uma bolsa que é muito restrita, naturalmente, a pessoas que têm mais dificuldade", referiu, ressalvando que "a classe média hoje está completamente destruída" e também precisa de ser apoiada.

"Não são só os mais pobres que têm necessidade de apoio. A classe média, os filhos da dita classe média têm necessidade de apoio e hoje em dia as pessoas da classe média veem-se e desejam-se para a pagar a casa, para pagar os estudos dos filhos, para pagar a alimentação e muitas vezes [o dinheiro] não chega", defendeu o cabeça de lista.

O candidato bloquista disse também ter como preocupações as condições dadas aos professores da UMa e garantiu que vai continuar a reivindicar o aumento da dotação financeira da academia por parte do Estado.

Caso venha a reconquistar a representação na Assembleia Legislativa da Madeira, o partido vai apresentar uma resolução para recomendar ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior o aumento do valor das verbas atribuídas à academia.

Ainda assim, e não tendo a tutela da Universidade da Madeira, o Governo Regional, no entender de Roberto Almada, "não pode pura e simplesmente lavar as mãos e tem que, à medida que faz pressão junto do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, ter um papel ativo no que diz respeito ao apoio à Universidade da Madeira".

O BE compromete-se igualmente a continuar a insistir no fim das propinas nas universidades, lembrando que foi por iniciativa do Bloco que o valor foi reduzido de 1.070 para 697 euros.

"Mas isso não basta. É preciso que as propinas deixem de existir, porque nós defendemos a educação gratuita e acessível a todos, desde o pré-escolar até ao ensino superior. Essa é uma das nossas propostas também desde sempre e continuaremos a pugnar por ela", sublinhou Roberto Almada.

"Nós não achamos - como outros partidos acham, nomeadamente a Iniciativa Liberal - que devem ser os alunos e as famílias dos alunos a pedir empréstimos para pagar a licenciatura e pagar o curso para depois ficarem endividados", sustentou.

Concorrem às regionais da Madeira 13 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional num círculo eleitoral único: PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL.

Nas anteriores regionais, em 2019, os sociais-democratas elegeram 21 deputados, perdendo pela primeira vez a maioria absoluta que detinham desde 1976, e formaram um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados). O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.