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Trump acusado de tentar impedir acesso às imagens de videovigilância da sua mansão

Foto Ritu Manoj Jethani/Shutterstock.com
Foto Ritu Manoj Jethani/Shutterstock.com

A justiça norte-americana anunciou esta quinta-feira novas acusações contra Donald Trump, no processo relativo à retenção ilegal de documentos classificados, alegando que o ex-presidente e um assessor recém-acusado tentaram impedir que imagens das câmaras de vigilâncias fossem acedidas pelos investigadores.

Numa acusação atualizada do grande júri conhecida esta noite, são acrescentadas novas acusações contra Trump e adicionado um outro suspeito ao caso, em que o republicano já foi alvo de 37 acusações criminais por levar caixas cheias de documentos confidenciais para a sua casa de Mar-a-Lago, na Florida, quando deixou a Casa Branca, em janeiro de 2021.

Além de Trump e Walt Nauta, ex-assistente pessoal, já acusados, uma terceira pessoa foi também acusada esta quinta-feira no mesmo processo, embora os detalhes não tinham sido imediatamente divulgados.

Trump foi agora acusado de pedir a um funcionário que excluísse as imagens da câmara de vigilância na sua mansão na Florida, num esforço para obstruir a investigação federal sobre a posse dos documentos classificados, noticiou a agência Associated Press (AP).

A atualização inclui novas acusações de obstrução e retenção intencional de informações de defesa nacional, agravando o risco legal de Trump, numa altura em que o magnata republicano deve também ser acusado em Washington, num outro processo sobre os seus esforços para anular os resultados da eleição presidencial de 2020.

Um porta-voz de Trump descartou as novas acusações, considerando-as "nada mais do que uma tentativa desesperada e contínua" do governo Biden de "assediar o presidente Trump e aqueles ao seu redor" e influenciar a corrida presidencial de 2024.

Os registos confidenciais foram levados por Trump para Mar-a-Lago depois deste ter deixado a Casa Branca em janeiro de 2021.

Trump é agora acusado de retenção intencional de informações de defesa nacional, na sequência da divulgação de um áudio do ex-presidente a discutir os planos militares dos EUA para atacar outro país, durante uma entrevista em julho de 2021, no seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey.

A entrevista foi realizada para um livro de memórias do seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que no seu livro nomeou o país como o Irão.

De acordo com a acusação, Trump devolveu o documento, marcado como ultrassecreto e não aprovado para exibição, ao governo federal, em 17 de janeiro de 2022.

Esta acusação marca uma mudança na abordagem dos procuradores ao caso de Trump, acusando-o de reter um documento que alega que o ex-presidente sabia ser altamente sensível depois de o republicano deixar o cargo -- e não apenas por não o devolver ao governo quando solicitado.

Trump é o primeiro ex-Presidente na história dos EUA a ser indiciado por crimes, tendo de responder em vários processos.

Em Nova Iorque, um grande júri também indiciou Trump por falsificar documentos comerciais num caso que envolve o pagamento pelo silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-Presidente teve uma relação sexual em 2006.