Regionais 2023 Madeira

“Não vou nem tenho de depender do Chega”, disse Miguel Albuquerque

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“Não vou nem tenho de depender do Chega”, afirmou, na tarde desta quarta-feira, o presidente do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, à margem de mais uma visita integrada nas Jornadas 'Sentir Portugal', à empresa Datamentors.

Na ocasião sublinhou que o combate eleitoral é algo que é importante numa democracia, contudo o mais importante "é que, quem está no poder, não esteja desligado da realidade e, pelo contrário, reforce a sua capacidade de auscultação e de abertura à sociedade civil, precisamente como forma de evitar que estes Partidos ganhem expressão", refere nota enviada pelo partido.

“O que não podemos deixar é que Partidos como o Chega cresçam, até porque se eles crescem é devido à negligência dos partidos centrais do poder, devido ao politicamente correcto e à cobardia com que estes enfrentam muitas vezes as questões”, disse, vincando que se quem está no poder não procura interiorizar e apresentar soluções para as preocupações legitimas da população, vai perdendo força e vai perdendo poder a favor exatamente destes Partidos mais radicais, “que gritam mais alto mas que muitas vezes também não tem a solução”, num fenómeno que não pode ser ignorado.

O presidente do Governo Regional que, a este propósito, reiterou a importância de ouvir a sociedade e criar condições para que esta participe activamente e se identifique com as políticas seguidas, numa alusão ao “Compromisso 2030” cujas conclusões foram hoje apresentadas. “Na elaboração de um Programa de Governo, é muito importante que quem apresenta esse programa integre, no mesmo, o reflexo daquilo que as pessoas querem, pensam e que é oportuno e, portanto, a melhor forma de o fazer é através desta auscultação exaustiva que foi promovida, sendo também muito importante termos esta interação com a sociedade, porque um dos problemas do poder é o facto de se perder muitas vezes a noção da realidade, nós nunca podemos perder o contacto com a realidade”, disse.

Líder dos Social-democratas que, neste enquadramento, garantiu, ainda, que as questões centrais que se prendem com o futuro da Região se encontram plasmadas no documento final apresentado, destacando, entre outras, a necessidade de reforçar a componente da comparticipação do Estado em setores fundamentais, designadamente nos sobrecustos da saúde e da educação, a prioridade da Região estar dotada de maior poder autonómico, ou seja, ter leis próprias para assegurar o desenvolvimento em função das suas especificidades, aludindo, ainda, à necessidade fundamental de haver cogestão do espaço terrestre, aéreo e marítimo e da Região ter a capacidade de gerir, no quadro legal nacional, um sistema fiscal próprio. “Temos problemas próprios de desenvolvimento que exigem, de facto, um tratamento diferenciado, no quadro Constitucional, no quadro do Estatuto e no quadro da Lei das Finanças Regionais”, reforçou. 

Miguel Albuquerque que, nesta medida, fez questão de sublinhar a posição do PS quanto à proposta do PSD relativamente às drogas sintéticas e a sua incapacidade de perceber o sentir da sociedade nesta matéria. “Sendo uma preocupação legitima de saúde publica e gerando também alguma insegurança, nós apresentamos uma solução, no quadro parlamentar, para integrarmos e, sobretudo, tratarmos as pessoas que estão afetadas pelas drogas sintéticas, ao mesmo tempo que se garante que as autoridades policiais e judiciais tivessem a capacidade de distinguir, como sempre houve na Lei Portuguesa, aquilo que é o trafico do consumo, reforçando o combate ao trafico. Acontece que um setor do Partido Socialista em Lisboa está a estragar tudo, porque está a alterar o quadro legal e a capacidade de combater o trafico”, sintetizou.

Quanto ao Porto Santo – onde esta noite prosseguem as Jornadas – Miguel Albuquerque espera ver resolvido o problema da concessão da ligação aérea inter-ilhas e da incapacidade das pessoas marcarem viagens, neste momento, após o dia 23 de Agosto, afirmando que a população do Porto Santo não tem culpa nenhuma das trapalhadas jurídicas do Estado.