Lisboa “pirata” descobriu um novo navio para saquear

Lisboa lá continuar com a sua política “pirata”, de saqueador dos rendimentos das famílias, dos portugueses, tal e qual os cobradores de impostos de má memória, que iam de aldeia em aldeia escarafunchar à procura de um mísero soldo que estava escondido para ajudar a pagar um pão que mitigasse a fome.

Quando se pensava que já não tinha muito mais para ir buscar, não é que, a coberto da ideia lírica de aumentar a oferta de arrendamento de habitação e assim baixar os preços dos alugueres – como se fosse isso a resolver o problema, a questão resolve-se é com melhores salários para os portugueses – resolvem aumentar em 15% o imposto que o Alojamento Local já paga ao Fisco. O tal “navio” que ainda faltava afundar. Com esta medida, vêm retirar rendimento aos empresários, vêm obrigá-los a abandonar uma actividade na qual investiram, de boa fé.

Bem faz o presidente do Governo Regional da Madeira em não querer aplicar a taxa de 15% sobre o Alojamento Local, mesmo sabendo que o dinheiro arrecadado cá vai ficar nos cofres da Região.

Porque Miguel Albuquerque sabe que não é retirando dinheiro às famílias, não é aumentando impostos, que se consegue mais riqueza, que um País evolui. Antes pelo contrário, é dando mecanismos e condições para que as empresas e as pessoas possam criar novas formas, legais e justas, de alcançar rendimentos, de melhorar financeiramente a sua vida.

A estupefacção do nosso presidente do Governo – «o AL já paga imposto, porque vão onerar o sector com mais um imposto?», questionou, num dia destes» - é a minha admiração e de muitos mais. De facto, para quê mais uma taxa? E para é que serve? Que reais benefícios advirão?

E sigo também o seu apelo, feito também na mesma ocasião e noticiado neste Diário de Notícias: «Deixem as pessoas ganhar o seu dinheiro. Não tenham medo do enriquecimento das famílias. Fiquem contentes com isso».

A imagem que passa é que o Estado só está à espera que as pessoas ganhem um pouco mais, que descubram negócios rentáveis, para logo cair em cima com a máquina fiscal.

O dinheiro, está mais do que visto, é, na cabeça deste PS que se diz amigo do povo, só para alguns… os outros, coitados, não têm direito a ficar mais desafogados.

Ainda por cima, para além desta questão fiscal, esquece-se o papel que estes negócios têm na economia de cada localidade: dão mais dinheiro aos supermercados, às lojas, aos restaurantes, ao carpinteiro, ao pedreiro e ao canalizador, ao taxista. Enfim, melhoram a vida também de outros.

Para já não falar de uma vertente muitas vezes esquecida: o papel que o AL tem tido na recuperação de casas degradadas, na requalificação das cidades. Basta dar uma volta por aí e recordarmos o estado em que se encontram muitas das casas hoje ocupadas por unidades locais de turismo.

Impor um novo imposto de 15% vai, conforme também alertou, a tempo, o presidente do Governo Regional – a Região chegou, inclusive, a aprovar, em Março último, uma resolução, em Conselho de Governo, a pedir a Lisboa para que não aplicasse esse imposto de 15% na Região; um pedido que caiu em “saco roto”, como se vê – provocar o decréscimo de uma actividade que só este ano, entre Janeiro e Maio, e apenas considerando as unidades com 10 ou mais camas, registou um incremento nos proveitos de 48% face ao ano passado, tendo contribuído substancialmente para o crescimento da actividade turística.

Ângelo Silva