Regionais 2023 Madeira

Alterações climáticas, condições de vida, habitação e reforço da autonomia são bandeiras do BE-Madeira

Com a presença do líder da bancada parlamentar, Pedro Filipe Soares, o mandatário da candidatura, Hélder Spínola, e os candidatos Roberto Almada e Dina Letra, o partido realizou hoje uma iniciativa política

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O Bloco de Esquerda-Madeira (BE-M), com a presença do líder da bancada parlamentar, Pedro Filipe Soares, o mandatário da candidatura, Hélder Spínola, e os candidatos Roberto Almada e Dina Letra, realizou hoje uma iniciativa política.

Aos jornalistas, Pedro Filipe Soares diz-se confiante no regresso do BE-M à Assembleia Legislativa da Madeira (ALM): "Muito confiantes, não concebemos de outra forma, mas necessariamente o voto é das pessoas e a nossa confiança só valerá a pena se as pessoas se mobilizarem para votar".

Não há nenhum dado adquirido, não há nenhum eleito antecipadamente. Pedro Filipe Soares

Por isso, apelou ao voto no BE, dirigindo-se todos os que acham que é pertinente pensar os problemas das alterações climáticas, "em particular no acesso a um bem público, como deveria ser ao mar", na "qualidade de vida das pessoas", "quem achar que é necessário o reforço da Autonomia e uma voz que defende a Autonomia para defender também uma melhor relação entre a região autónoma e a República", e quem achar que "tem que ter a atenção do poder público para garantir habitação a preços aceitáveis para as pessoas que não sejam especulativos e que salvaguardem esse direito fundamental".

Antes, salientou que Roberto Almada e Dina Letra, do Bloco de Esquerda, com a sua força, mostram que em debates estruturais sobre alterações climáticas, acesso ao mar, ordenamento da orla costeira, etc., não deixam de "pôr o dedo na ferida", não deixam de "apresentar soluções para problemas que batem diretamente na vida das pessoas e, por isso, é neste caminho para as eleições legislativas regionais que se mostra a diferença e a necessidade do Bloco de Esquerda ter uma voz mais forte da Assembleia Legislativa Regional".

Antes, na iniciativa de hoje, a comitiva fez uma visita à orla costeira que é apresentada com uma "barreira" para que as pessoas não possam aceder ao mar, que é "quase paradoxal numa ilha, mas que é a realidade que decorre de escolhas públicas que não são norteadas para o benefício da natureza, para pensar a sustentabilidade dos investimentos, para pensar a adaptação às alterações climáticas".

E criticou ainda a postura do Governo Regional da Madeira, ao contrário dos Açores, na questão da revisão constitucional.

E diz saber que o voto no BE-M fará toda a diferença e é, por isso, "fundamental que ele aconteça". "Não podemos ficar em casa, não podemos achar para amanhã o que podemos fazer hoje, hoje o que podemos fazer é fazer esse voto na diferença e ele é no Bloco de Esquerda", concluiu.

Já o mandatário da candidatura bloquista, Hélder Spínola, focou outros aspectos: “Nós identificamos problemas mas também soluções, mas acima de tudo debaixo da premissa de que nós estamos perante um conjunto de alterações no clima, o efeito de estufa a se agravar, a subida do nível do mar também a ser um aspecto a equacionar quando nós pensamos o nosso litoral".

O ambientalista vai mais longe: "Na verdade, a Madeira tem vindo a ocupar o litoral sem fazê-lo a luz de instrumentos de ordenamento. Passaram-se décadas até que pela primeira vez este ano chegamos a ter a discussão pública para o ordenamento do litoral da ilha da Madeira. Ainda assim é um documento que não está ainda aprovado. Estivemos a ver também aqui algumas ideias que têm surgido tem vindo a público novamente, nomeadamente o antigo projeto turístico imobiliário para a zona do toco, que implica conquistar terreno ao mar no momento em que o nível do mar está a subir, em que por toda a Europa se diz que é preciso recuar e é preciso renaturalizar estes espaços".

Diz que o BE esteve também a analisar as opções que foram feitas no passado e que "colocam graves problemas ao presente, quer seja em termos de manutenção dessas infraestruturas, quer inclusive até em termos de distanciamento da cidade em relação ao mar e barreiras para o uso fruto dos cidadãos junto à costa".

E naturalmente que defendemos que haja uma outra visão, uma visão diferente para o futuro, visão essa que tenha em linha de conta o que está a acontecer, as transformações que estão a acontecer no planeta, mas que também se fazem sentir aqui na Madeira em termos de alterações do clima e que o planeamento do litoral seja feito com base em premissas de ter uma visão a médio e longo prazo, de termos a possibilidade de ter contacto com o mar, uso fruto do mar e naturalmente evitar que investimentos que venham a ser feitos ou queiram ser feitos não fiquem depois em causa no futuro com estas alterações que já se fazem sentir. Hélder Spínola

Por isso, não tem dúvidas: "Ou seja, precisamos de uma outra política, de uma outra forma, de uma outra visão para que estejamos adaptados também em relação ao litoral, mas não só, face às alterações climáticas que se fazem sentir".