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Cá e Lá!

1 – O “betão” salvou vidas?

Choveu mais em dois dias na Madeira, do que na chuvosa Londres desde o início do ano. Estabeleceu-se um novo recorde nacional de precipitação, isto é, nunca choveu tanto em 24 horas, desde que há registos em Portugal, como entre as 13h00 do dia 05 e as 13h00 do dia 06 de junho.

Choveu mais do que no fatídico 20 de fevereiro de 2010, mas não se verificou perdas de vidas humanas e as perdas materiais, sendo dramáticas para quem as vive neste momento, não atingiram a dimensão de que todos temos memória.

Estes dias foram o teste que nos faltava, a prova contundente, para os céticos, que o investimento de “milhões”, realizado na criação de zonas de contenção a montante e a canalização dos cursos de água a jusante, foi dos melhores investimentos realizados, até à data, na Região.

2 – PS refém do grande capital!

De uma forma simplista os certificados de aforro são instrumentos de dívida criados com o objetivo de captar a poupança das famílias. Ou seja, os investidores compram esses certificados, emprestam ao Estado, e em troca recebem juros sobre o valor investido.

Muitos Portugueses, sobretudo da denominada classe média, cada vez mais em “vias de extinção”, encontraram na Série E dos certificados de Aforro uma forma legítima e segura de aplicar as suas poupanças em alternativa aos juros “miseráveis” que são pagos nos depósitos a prazo que, atualmente, tendo em conta o atual mercado bancário, se cifram nos 0,9% (a segunda mais baixa da zona euro).

A série E oferecia um juro máximo de 3,5% sobre o valor investido sem riscos para o investidor. Nos últimos tempos, vários responsáveis do setor bancário, em declarações públicas, pediram a suspensão dos certificados perante a diminuição dos saldos bancários.

Ou seja, Costa faz a vontade aos bancos, que têm apresentado, nesta conjuntura difícil para as famílias, resultados operacionais “astronómicos”, e demite-se de defender aqueles que, com os seus impostos, já foram chamados/obrigados a “salvar” o setor bancário.

3 – Novas cenas da “Novela mexicana da TAP”

Mais um capítulo com o regresso de uma das personagens principais, da primeira série, Pedro Nuno Santos.

Apesar de afastado há uns tempos, do elenco principal, regressou com a mesma eloquência e à-vontade a que nos tinha habituado quando era o protagonista.

Não faltaram tiradas clássicas, para agradar aos fãs (bloquistas, comunistas e ala esquerda do PS) como por exemplo: “a culpa disto tudo é do Passos Coelho”, ou o recurso ao característico autoelogio, nomeadamente e passo a citar: “não há nenhum ministro, nos últimos 50 anos, que se possa gabar de ter deixado a TAP e a CP a dar lucro”.

Bem, com as ajudas forçadas dos contribuintes em mais de 3,2 mil milhões de euros, com os cortes impostos aos trabalhadores da companhia e com o bom ano turístico que tivemos em 2022 era no mínimo o que se exigia. Agora, perante estes factos, seria bom que os “dividendos” fossem repartidos pelos contribuintes.

Por outro lado, quem assistiu a este episódio não pode deixar de ficar com a sensação que Pedro Nuno Santos ambiciona um spin-off só seu, aproveitando o palco para se demarcar de Costa. Perante a tirada de Mariana Mortágua e passo novamente a citar: “O PS é o Governo que mais Privatizou em Portugal” respondeu: “Fez mal”. Uma farpa a antever o plot-twist cliché em que o aprendiz se volta contra o seu mentor.

Depois do sucesso de “Rabo de Peixe”, consta que a NETFLIX já demonstrou interesse em adquirir os direitos de transmissão desta Novela. 

4 - Oh Marítimo!

No próximo domingo o Marítimo tem o mais importante jogo da sua história. Um clube com quarenta anos de permanência no patamar superior do futebol português, com idas às competições europeias, decidirá, em 90 minutos, a continuação do seu legado.

Espero que os jogadores entrem em campo com espírito vencedor e que a sombra da despromoção não pese neste jogo decisivo.

Apesar da época menos feliz, para não dizer desastrosa, a que se somam erros de gestão e planeamento, a massa associativa está, como sempre esteve, ao lado do clube, como se constata pelas repetidas enchentes no Caldeirão.

Contra tudo e contra Todos, VAMOS EMBORA MARÍTIMO!

5 - Festas de São Pedro de Câmara de Lobos

De 28 de junho a 02 de julho as Festas de São Pedro voltam a animar a baixa da cidade de Câmara de Lobos. As ruas já estão a ser engalanadas com as decorações feitas pelas mãos dos câmara-lobenses e tenho a certeza que constituirão, uma vez mais, um atrativo que trará milhares de pessoas à baixa da cidade.

Este ano, procurámos conciliar a animação com um regresso às origens, recuperando tradições relacionadas com esta celebração que haviam caído em desuso, como sejam as romagens ou a procissão marítima até à Ribeira Brava, que também celebra o Santo. Neste âmbito cabe ainda o cortejo etnográfico, o espetáculo de fogo preso e o momento alto da festa, a Procissão em honra de São Pedro e São Pedro Gonçalves Telmo.