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Cuba, Venezuela e Nicarágua permanecem na "lista negra" dos EUA de tráfico humano

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Os EUA mantêm Cuba, Venezuela e Nicarágua na sua "lista negra" anual de países com medidas insuficientes para travar o tráfico de pessoas, que também inclui a Rússia, China, Irão e Coreia do Norte, anunciou hoje o Departamento de Estado.

Em relação a 2022, Washington acrescentou à lista a Argélia, Chade, Guiné Equatorial e Papua Nova Guiné, enquanto retirou o Brunei, a Malásia e o Vietname.

"Os Estados Unidos estão comprometidos na luta contra o tráfico de pessoas porque representa um ataque aos direitos humanos e às liberdades", disse o secretário de Estado, Antony Blinken, ao apresentar o Relatório do Tráfico de Pessoas 2023.

Cuba, Venezuela e Nicarágua são os três países latino-americanos que os Estados Unidos voltam a designar no seu relatório, onde se admite que o Governo de Havana "deu alguns passos para abordar o tráfico", incluindo uma reforma do Código penal, salientando que as missões de médicos cubanos no estrangeiro são um "caso evidente de trabalho forçado".

Numa referência à Venezuela e ao executivo de Nicolás Maduro, afirma que "não está a efetuar nenhum esforço" contra o tráfico e acusa-o de apoio a grupos armados que recrutam crianças para trabalhos forçados e tráfico sexual.

A lista, com 24 países, também inclui a Rússia, Bielorrússia, China, Coreia do Norte, Irão, Síria e Afeganistão, entre outros.

O relatório diz que Moscovo traficou cidadãos ucranianos e forçou pessoas a combater na guerra da Ucrânia.

Sobre a China, voltou a assinalar as práticas de trabalho forçado e de detenções arbitrárias contra a minoria étnica uigur na região de Xinjiang.

Os EUA calculam que cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano e trabalhos forçados, um fenómeno que atinge sobretudo mulheres, pessoas da comunidade LGBT e minorias étnicas e religiosas.

Blinken considerou ainda que a pandemia de covid-19 facilitou a exploração laboral devido à interrupção das cadeias de produção em várias indústrias.

Também advertiu que os traficantes de pessoas estão a utilizar crescentemente a internet para recrutar as suas vítimas, que são cada vez mais jovens.

Blinken também destacou casos positivos, como a abertura de uma linha telefónica direta em Hong Kong de ajuda às vítimas ou um aumento do orçamento da Dinamarca para combater o tráfico.