Foi há 20 anos que a Revista DIÁRIO, publicada a 14 de Dezembro, trouxe factos retratados na tese de mestrado de Duarte Mendonça sobre a emigração para a cidade americana de New Bedford. Com várias ligações à Madeira, a tese refere que três madeirenses morreram aquando do desastre com o navio Titanic.

José Netto Jardim, Manoel Gonçalves Estanislau e Domingos Fernandes Coelho foram os três madeirenses que perderam a vida neste trágico acidente ocorrido em 1912. O transporte de madeirenses para os Estados Unidos da América era feito com recurso a transatlânticos. Primeiramente, eram levados para os Açores, onde aguardavam por um barco vindo de Inglaterra ou de França. Acontece que, em 1912, um desses barcos fez a rota partindo dos Açores, mas rumando a Inglaterra. Em Southampton, os três homens embarcaram no Titanic e nunca chegaram ao seu destino.

As famílias das vítimas acabariam por receber algum dinheiro, entregue no Consulado britânico na Madeira. Os homens eram residentes no Arco da Calheta, Calheta e Madalena do Mar e eram todos amigos. O mais velho, Manoel Estanislau tinha apenas 38 anos. Domingos tinha 21 anos e José Neto tinha 32 anos.

A reportagem da Revista do DIÁRIO, com Duarte Mendonça, referia que foram cerca de 17 mil madeirenses para os EUA no primeiro quartel do século XX. Era o sonho de uma vida melhor que levava a que saíssem da ilha, na maioria das vezes, entrando nos EUA clandestinamente, escondidos nos navios.