Cinco mortos e seis desaparecidos. Era este o balanço feito ao temporal que assolou a Madeira a 29 de Outubro de 1993, noticiado na edição do dia seguinte, que hoje recordamos. A Madeira estava em choque com o sucedido no Funchal.

As notícias publicadas na época davam conta de um cenário de destruição, com pessoas desaparecidas, entre eles um bebé de 15 dias, e ainda casas destruídas, que afectaram cerca de 80 pessoas. O centro do Funchal ficou praticamente intransitável e muitos estabelecimentos inundados.

Na marina do Funchal acabariam por ser encontrados três cadáveres, maioritariamente arrastados pela força da água que correu na ribeira de São João.

Já no Caniçal, o temporal terá danificado gravemente pelo menos dez embarcações. Seis pesqueiros acabaram mesmo por afundar e outros quatro embateram com violência contra o rochedo.

Em Santa Cruz, a força do mar levou a que o presidente da Câmara Municipal, Luís Gabriel, se lançasse ao mar, acompanhado por Amarildo, um bombeiro, por forma a salvar a vida a um homem que vivia numa gruta. Por pouco não morreram afogados dada a força das ondas.

Quanto aos partidos da oposição, criticaram tanto a Câmara Municipal do Funchal, como o Governo Regional, acusando-os de incúria pelo estado em que se encontravam as ribeiras. Cheias de detritos, esse mesmo lixo viria a ser arrastado pela força das águas.

Num balanço feito por Bazenga Marques, era dado conta da queda de duas pontes em Câmara de Lobos e uma no Curral das Freiras, para além da destruição de uma escola no sítio do Vasco Gil, em Santo António. Nesse mesmo balanço, realizado ao meio-dia de 29 de Outubro, "existência de cinco mortos, sendo um bébé, um homem que aparecera na  Praça da Autonomia, duas mulheres cujos cadáveres foram vistos na Marina do Funchal e mais um homem encontrado a boiar frente à Ribeira dos Socorridos que ainda não fora identificado".