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O último mês…

Aos abnegados bombeiros profissionais, voluntários e voluntariados, um agradecimento especial

Neste último mês, vários foram os factos ocorridos na nossa região que trazem implicações para a vida dos cidadãos em geral e afectam a vida dos madeirenses.

Das últimas eleições regionais, saiu um parlamento que conta com 9 partidos. Depois de uma prometida demissão irrevogável – a segunda na minha vida que não é tão curta! – vamos ter um novo governo de maioria parlamentar, numa ménage à trois. A situação regional fez-me lembrar o México, onde o Partido Revolucionário Institucional governou mais de setenta anos…

Outros factos bem diversos e mais trágicos, foram os incêndios que deflagraram no concelho da Calheta. Próximo da meia noite, surgiu o primeiro no Rochão, que se propagou até às Florenças, zonas altas da freguesia do Arco da Calheta, que transformaram a vida dos pacatos fregueses desta zona num inferno.

Mais tarde, nos Prazeres, surgiu o mais devastador e voraz dos incêndios que alguma vez vi. Abalou a vida de todos os que pretendiam desfrutar das belezas desta zona oeste da ilha e seguiu a saga destruidora pelas freguesias da Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo, Achadas da Cruz, Santa e Porto Moniz. Acho que quem quis e acompanhou as notícias regionais, pode constatar as tragédias e dramas de várias famílias que se viram, dum momento para outro, despojadas de parte dos seus patrimónios, culturas e animais.

Felizmente, que a vigilância popular foi capaz de identificar o autor do crime, permitindo à Polícia Judiciária detê-lo e entrega-lo à justiça. Espero que seja justa, adequada e proporcional.

Sem esquecer os incêndios ocorridos nos concelhos da Ribeira Brava, Câmara de Lobos e… Amsterdão, onde os bitcoins iam queimando ainda mais.

Aos abnegados bombeiros profissionais, voluntários e voluntariados, um agradecimento especial.

No domingo anterior aos incêndios, tive a curiosidade de dar uma volta pelo Paul da Serra e senti uma enorme tristeza ao ver a carqueja grassar duma ponta a outra, sem que os responsáveis tenham mão. Antigamente, as ovelhas iam “limpando”. Não sei qual a melhor solução. Mas sei que esta adoptada não é a melhor. É ver as encostas a encher-se de plantas invasoras, para poder concluir que a melhor solução não foi esta. E já lá vão muitos anos, num “dolce fare niente”, no que toca a esta matéria.

Finalmente. Esta é a minha última “opinião” dum compromisso que assumi a convite do DN que muito me honrou e em que me empenhei. Concluí que é chegado o momento de passar o testemunho a outros. Por isso, a minha palavra de agradecimento ao DN, onde livremente me exprimi e dei “opiniões” e faço votos que este órgão de comunicação social siga na senda de referência a que já nos habituou. Também aos leitores que dedicaram algum do seu tempo para me ler e alguns fizeram questão de me dizer.

A todos, o meu obrigado e um bem hajam!