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Mais de mil menores assinalados por islamismo radical em França

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Mais de mil menores estão assinalados em França por islamismo radical, divulgou hoje o ministro do Interior, Gérald Darmanin, que pediu mais atenção aos pais para evitarem comportamentos erráticos.

São menores que se radicalizaram e que "trocam imagens de decapitações e consultam a propaganda do Daesh [acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico]" na Internet, explicou Darmanin, em entrevista ao canal de televisão BFMTV.

O ministro do Interior sublinhou que, se crianças e adolescentes veem "vídeos de decapitações nos seus telemóveis", não é culpa da polícia, mas "é um pouco culpa dos pais".

Depois do ataque mortal da última sexta-feira contra uma escola secundária da cidade de Arras, onde morreu um professor, França está novamente em alerta máximo devido ao risco de um ataque terrorista.

Darmanin garantiu que, neste momento, "não existe uma ameaça terrorista definida" de uma célula organizada a partir do estrangeiro, mas apontou os chamados "lobos solitários", como são classificadas "pessoas radicalizadas ou que se radicalizam na Internet ou em grupos" e que "podem agir".

Ainda assim, reconheceu que existe uma ameaça terrorista adicional em França e na Europa após os ataques do Hamas a Israel, e detalhou que há "cerca de trinta" mesquitas em França que estão a ser monitorizadas por suspeitas de radicalização.

Pouco antes da entrevista, um tribunal administrativo tinha acabado de anular a proibição governamental de uma manifestação em Paris em apoio à Palestina, atualmente em curso na Praça da República.

Darmanin justificou esta proibição alegando que pensava que poderia "acabar mal" devido ao medo de que degenerasse em atos violentos ou antissemitas.

O ministro indicou ainda que, desde outubro de 2020, após o assassinato do professor Samuel Paty, França expulsou mais de 450 pessoas que residiam ilegalmente no país e tinham sido registadas pelos serviços de segurança pelo seu radicalismo islâmico.

Desde o ataque de Arras, a França tem vivido uma onda de falsas ameaças contra aeroportos, estações ferroviárias, museus e centros educativos, que geraram numerosas evacuações.

Darmanin, que pediu cautela aludindo ao conto "Pedro e o Lobo", anunciou que nas últimas 48 horas foram detidas 18 pessoas, "essencialmente menores" devido a estas ameaças, e sublinhou que haverá "uma resposta criminal sobre todos" porque este "é um crime importante".

O governante pediu também à Assembleia Nacional que apoie o projeto de lei de imigração recentemente apresentado pelo Governo e que é "o mais duro e mais firme" dos últimos 30 anos.

Darmanin descartou completamente a possibilidade de desistir, por razões de segurança, da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris do próximo ano, que consistirá num desfile de barcos ao longo do Sena, frisando que "seria a vitória do terrorismo".