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Juntos somos mais fortes

As eleições autárquicas aproximam-se e os seus resultados serão decisivos para os madeirenses.

O PS-M deve preparar-se para esse enorme desafio com objectivos claros: manter as autarquias que hoje lidera e recuperar o Funchal e o Porto Santo. Esta tarefa exige que o partido corrija os erros e compreenda bem o que se passou nas eleições regionais . Fugir a esta avaliação e manter-se na mesma bolha que conduziu aos resultados do último acto eleitoral não prepara a instituição, penaliza a Madeira e frustra os cidadãos que querem novas políticas e o fim do domínio do PSD. Essas eleições ocorrerão em 2025 e o calendário eleitoral do PS-M indica que as eleições internas deverão ocorrer em Fevereiro de 2024. Os procedimentos para o lançamento de um acto eleitoral são morosos e, em meu entender, devem arrancar, mantendo o cumprimento da data prevista e iniciando um profundo debate interno, sem complexos, sem amarras e sem condicionalismo sobre o futuro. Parece que tudo isto é mais do mesmo, mas é o necessário para encontrar soluções justas, adequadas e calibradas com as necessidades. Soluções que permitam mobilizar os socialistas e entusiasmar o eleitorado. É por isso que nada tenho a opor ao arranjo efectuado entre o líder demissionário e o único candidato conhecido à liderança do PS M para um súbito preenchimento do espaço interno. Mas esses esquemas, sendo o que são, não deviam surgir contra militantes do partido ou na tentativa apressada de tapar outras soluções que possam surgir no tempo e momento adequado. Esta pressa é favorável à manutenção das divisões, não alimenta o dialogo, não constrói consensos e, como os socialistas madeirenses bem sabem, um partido dividido não ganha eleições. De resto, nenhuma abordagem deve intuir que a propalada unidade faz-se em torno de um aparente status quo, caso contrário não é unidade. Ou seja há quem acredite que a unidade se faz em torno de uma solução específica, porque caso contrário é divisão. Mesmo que essa solução já tivesse contribuído para um murro na unidade, seja aquando da construção das listas à ALRAM, seja na ausência de diálogo seja no habitual passa culpas e acusações paternalistas, ao género que já se assistiu nas anteriores autárquicas. Por isso, esta mensagem é para todos os socialistas : este é o tempo de divergir, convergir, debater, discutir, para construir soluções consistentes, sólidas e tendencialmente consensuais. É impossível fazer isso sem diálogo e humildade genuína. O apelo é directo: façamos isto devagar com todos os cuidados para evitar franjas socialistas soltas e afastadas do interesse do necessário contributo do partido para o futuro da Madeira. Há algum medo de integrar quem não pensa exactamente da mesma forma ? Há medo de promover o diálogo mesmo com aqueles que discordamos? Na verdade, afirmo, com a certeza que não estou errado: esse receio não devia existir, porque esse esforço vai nos tornar mais fortes. Por isso da minha parte não fujo ao diálogo e à construção de soluções. Não fecho nenhuma porta, mas exijo o mesmo para que todos os militantes também possam estar no mesmo plano de oportunidades. São todos parte das soluções e não deve haver travões às ideias, à participação leal e nas mesmas condições de todos os militantes. Se fizermos isto com uma, duas ou meia dúzia de soluções ou, ainda melhor, uma solução tendencialmente reforçada e unida, estaremos a mostrar aos madeirenses que estamos preparados. Que não metemos a cabeça na areia e que podem contar connosco e que nas autárquicas faremos melhor e ajudaremos os madeirenses a terem esperança na desejada alternativa.