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China suspende emissão de vistos de curto prazo para japoneses

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Foto EPA

A China suspendeu a emissão de vistos de curta duração para japoneses, numa aparente resposta às restrições sanitárias aplicadas por Tóquio aos viajantes chineses, por causa do recrudescimento de casos de covid-19 no território chinês, foi hoje divulgado.

A embaixada chinesa no Japão confirmou esta medida depois de, nas primeiras horas desta terça-feira, o Governo de Pequim ter anunciado também a suspensão de vistos de curta duração para sul-coreanos, igualmente em resposta às medidas contra a pandemia assumidas por Seul.

A partir de hoje, a China "suspenderá a emissão" de vistos aos japoneses, anunciou a representação diplomática chinesa em Tóquio.

Em resposta ao recente aumento de casos de covid-19 no território chinês, o Japão, tal como outros países em todo o mundo, instituiu a exigência de os viajantes procedentes da China apresentarem um teste negativo antes da viagem e à chegada ao país.

Em dezembro, a Coreia do Sul impôs uma série de restrições sanitárias para viajantes da China continental, incluindo vistos e voos, e a obrigação de apresentar testes de despistagem de drogas, alegando um aumento de casos de covid-19 no território chinês.

No caso de um teste positivo, os visitantes chineses devem cumprir uma quarentena de uma semana.

"Embaixadas e consulados na Coreia vão suspender a emissão de vistos de curta duração para cidadãos coreanos", avisou hoje a embaixada da China em Seul, acrescentando que as medidas "serão ajustadas de acordo com a remoção, por parte de Seul, das restrições de entrada que discrimina a China".

Em 2019 e 2020, os turistas da China representaram a maior proporção de turistas estrangeiros que visitaram a Coreia do Sul, com 34,4% e 27,2%, respetivamente, segundo dados oficiais de Seul.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse ser "lamentável" que "alguns países ainda insistam em restrições de entrada discriminatórias contra a China".

"Apelamos mais uma vez aos países em questão para que tomem medidas científicas e apropriadas com base em factos. Essas medidas não devem ser usadas para manobras políticas e não deve haver práticas discriminatórias", afirmou a diplomacia chinesa, num comunicado.

A par destes países asiáticos, Estados Unidos e União Europeia (UE) também impuseram a realização de testes à covid-19 para viajantes provenientes da China.

Na semana passada, a UE incentivou os seus Estados-membros a impor uma triagem realizada na China antes do voo e aconselhou a complementar o teste negativo com "testes aleatórios" à chegada ao solo europeu.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o surto de casos de covid-19 na China não deverá ter um impacto "significativo" na Europa, porque as variantes que aí circulam já estão presentes no continente.