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Exercícios militares de Pequim ameaçam Taipé, Japão preocupado

Foto EPA/MARK R. CRISTINO
Foto EPA/MARK R. CRISTINO

Os exercícios militares anunciados pela China nas proximidades de Taiwan ameaçam os principais portos e áreas urbanas da ilha, disse na quarta-feira o Ministério da Defesa da ilha, prometendo defesas "reforçadas" e uma resposta firme.

O exercício é "uma tentativa de ameaçar os nossos portos e áreas urbanas importantes, e de minar unilateralmente a paz e a estabilidade regional", acrescentou em comunicado.

Os líderes chineses expressaram indignação perante a visita a Taiwan da líder da Câmara dos Representantes do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, que, após uma passagem por Singapura e Malásia, aterrou terça-feira em Taipé, capital do território que a China reivindica como uma província separatista a ser reunificada pela força, caso necessário.

Em resposta, Pequim anunciou "exercícios navais e aéreos conjuntos" nas imediações da ilha.

Os exercícios incluem "disparos de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa Taiwan da China continental.

Em alguns locais, as operações chinesas vão aproximar-se até 20 quilómetros da costa de Taiwan, de acordo com as coordenadas fornecidas pelo Exército de Libertação do Povo.

O Japão disse hoje estar preocupado com as ações militares anunciadas por Pequim, já que algumas terão lugar dentro da zona económica exclusiva do Japão.

"O Japão manifestou a sua preocupação à China, dada a natureza das atividades militares", que incluem "disparar munições reais", disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno.

Já a líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos garantiu hoje que Washington não vai abandonar Taipé, enquanto a Presidente de Taiwan assegurou que a ilha vai manter-se firme face à ameaça militar chinesa.

A democrata Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.

A China afirmou que a visita é uma grande provocação e ameaçou os Estados Unidos de retaliação.

Os Estados Unidos já disseram estarem "preparados" para uma resposta da China.