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Juan Guaidó volta a pedir unidade à oposição para acordo que salve a Venezuela

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O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó voltou hoje a pedir unidade aos opositores ao regime de Nicolás Maduro, para chegarem a um acordo de salvação que permita realizar eleições presidenciais livres e responder à crise no país.

"Aos atropelos da ditadura [responder com] mais unidade, mais força e mais estratégia. Temos de nos unir para alcançar um Acordo Nacional de Salvação e eleições presidenciais livres que permitam uma solução para a crise. Só unidos para lutar poderemos avançar e salvar a Venezuela", escreveu Juan Guaidó na sua conta na rede social Twitter.

A mensagem de Guaidó foi enviada desde o estado venezuelano de Barinas, de onde era natural o falecido presidente Hugo Chávez, e onde a oposição hoje se manifestou contra a decisão do Conselho Nacional Eleitoral de suspender o apuramento dos resultados das eleições regionais do passado dia 21 de novembro.

"Barinas é exemplo para a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia e para o mundo, de que não há [na Venezuela] Estado de direito que garanta o respeito pela vontade popular", sublinhou Juan Guaidó, numa outra mensagem.

Segundo o líder opositor, "as próximas eleições [na Venezuela] devem ser para sair [do Governo]de Maduro" e, por isso, "a organização e a luta por [melhores] condições devem ser o nosso [da oposição] foco de trabalho diário".

"O meu compromisso com Barinas e com o país, é fazer todos os esforços, não apenas de luta por [melhores] condições, mas para unificar as forças [da oposição] para defender a vontade da maioria", sublinhou o político.

Em 21 de novembro, os venezuelanos foram às urnas para eleger as autoridades locais que, nos próximos quatro anos, vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que vão exercer funções em 335 municípios do país.

O PSUV (partido do Governo) ganhou 19 dos 24 estados (incluindo o Distrito Capital) do país, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O governador de Barinas, Argenis Chávez (irmão do falecido presidente Hugo Chávez), demitiu-se do cargo depois de o CNE suspender o apuramento dos resultados eleitorais locais, e convocar novas eleições para 9 de janeiro.

A suspensão e a convocatória de novas eleições foram ordenadas pelo Supremo Tribunal de Justiça, na sequência de um recurso de impugnação apresentado pelo também candidato Adolfo Román Superlano.

Na disputa, no Estado de Barinas, de onde é natural Hugo Chávez, o queixoso alega que o candidato mais votado está impedido legalmente de exercer qualquer cargo público.

No entanto, segundo a imprensa local, o candidato opositor, Freddy Superlano, recebeu, em duas oportunidades, um indulto outorgado pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro, o que levou o CNE a permitir que fosse candidato.  

Um dia depois das eleições, Juan Guaidó instou a oposição a "abrir uma nova fase nos trabalhos pela reconstrução, de reunificação da alternativa democrática na Venezuela", como afirmou durante uma conferência de imprensa, no sudeste de Caracas.

O político da oposição disse ainda que não era "o momento para lutas entre partidos, entre egos, para lideranças políticas", mas para "a reflexão, unidade e [para] trabalhar pelos venezuelanos, para solucionar um conflito que destruiu o país".

Juan Guaidó disse que, "infelizmente", a Venezuela "acordou em 'ditadura'", e que os resultados eleitorais "são um compromisso ainda maior" para a oposição, que deve manter-se unida, unificada, para responder à crise no país.