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Talibãs reclamam "dezenas de mortos" do Estado Islâmico

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As forças talibãs estão a empreender operações militares contra o grupo fundamentalista autoproclamado Estado Islâmico em várias províncias do Afeganistão, tendo sido reclamadas dezenas de baixas e detidos.

Do ponto de vista militar, a presença do grupo Estado Islâmico é uma das principais ameaças ao novo poder de Cabul, após a retirada das forças dos Estados Unidos.

As operações decorrem em pelo menos quatro das 34 províncias do Afeganistão: em Cabul; nas províncias orientais de Kunar e Nangharar e em Parwan, no norte, onde o grupo Estado Islâmico manifesta maior presença reivindicando vários atentados contra os talibãs, nas últimas semanas. 

"Continuam as operações das nossas forças especiais e dos serviços de informações contra o Daesh (acrónimo do Estado Islâmico em árabe). Esperamos erradicá-los em breve e eliminar a sedição do país", disse à Efe o porta-voz talibã Bilal Karimi.

O porta-voz adiantou ainda que, até ao momento, foram detidos "dezenas" de "jihadistas" e "dezenas" foram mortos durante as operações das forças especiais.

"As nossas forças vão destruir as 'células adormecidas' onde quer que se escondam. Vamos prender os criminosos", disse Karimi referindo-se às operações dos últimos dias. 

Fontes talibãs, que pediram para não serem identificadas, disseram à agência espanhola Efe que até ao momento foram levadas a cabo "dezenas de operações", sobretudo em Cabul, Parwan, Kunar e Nangharar.

Em concreto, referiram as mesmas fontes, foi em Nangharar, principal bastião do Estado Islâmico no Afeganistão, onde começaram "as operações secretas e rápidas" que depois se estenderam a outras províncias. 

"Os nossos serviços de informações estão a trabalhar de forma intensa para localizarem mais esconderijos do Daesh, para que as nossas forças especiais os possam eliminar e destruir", disse outro funcionário talibã, sob anonimato.

Desde a tomada do poder pelos talibãs no final do mês de agosto que o grupo Estado Islâmico tem empreendido vários ataques contra o novo Emirado, sobretudo em Cabul e Nangarhar.