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OMS recomenda vacinação contra a gripe para ajudar combate numa segunda onda

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Os peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendaram hoje a vacinação contra a gripe, cuja época de circulação do vírus se aproxima no hemisfério norte, para melhorar a luta contra a covid-19 na segunda onda da pandemia.

Os casos mais graves de gripe podem requerer internamento hospitalar, o que sobrecarregaria os serviços de saúde ainda a braços com numerosos casos de covid-19, e em alguns casos os sintomas das duas doenças podem confundir-se e causar alarme, por exemplo nas escolas, alertam os peritos.

"Apelamos especialmente às pessoas com condições médicas pré-existentes para que se vacinem contra a gripe", sublinhou hoje, citado pela EFE, o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, numa sessão pública de perguntas e respostas emitida pela agência das Nações Unidas através das suas redes sociais.

A diretora técnica da OMS para a covid-19, Maria Van Kerkhove, acrescentou que estão a observar-se "tendências preocupantes" na evolução da pandemia em países do hemisfério norte, devido ao aumento de casos de coronavírus ainda antes do início da temporada da gripe.

Ainda que muitos desses aumentos se devam a que muitos países estejam a melhorar a sua capacidade de diagnóstico, e já não se detetem apenas casos mais graves como na primeira onda da pandemia, "também há uma preocupante subida das hospitalizações e da ocupação de unidades de cuidados intensivos", referiu a perita norte-americana.

Van Kerkhove mencionou que esta tendência está a ser observada em países como Espanha ou França, no leste da Europa e em alguns estados dos EUA, pelo que pediu maior cuidado, mesmo reconhecendo que o mundo está agora "melhor preparado e não na mesma situação do que no princípio da pandemia".

Ryan acrescentou que a principal preocupação agora é que o aumento de casos de covid-19 e gripe aconteça em simultâneo e que isso "dificulte enormemente" o trabalho de médicos e enfermeiros a tratar os casos mais graves.

O responsável adiantou também que continua a não existir provas de que o novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, aumente de virulência com a baixa de temperaturas, como ocorre com a gripe.

O especialista, que afirmou que foram detetados casos de infeção de uma mesma pessoa com gripe e covid-19, disse que o objetivo agora deve ser "maximizar a taxa de sobrevivência e minimizar o tempo de hospitalização" e para isso há que começar por baixar o número total de contágios.

Van Kerkhove disse que a taxa de letalidade do novo coronavírus desceu para os 0,6%, "uma percentagem que pode parecer baixa, mas que aumenta drasticamente entre os mais idosos".

Ryan complementou a informação explicando que "se não for encontrada uma vacina e a doença hipoteticamente atinja 60% a 70% da população mundial, isso significaria uma possibilidade de morrer entre 1% e 2%, bastante acima da de ganhar a lotaria".

O diretor de Emergências Sanitárias da OMS reconheceu que muitos países "encontraram uma maneira de conviver com o novo coronavírus com um impacto mínimo na sociedade", mas referiu que, ainda assim, a pandemia continua a ser "esgotante para todos, afetando planos, férias e estudos".

Sobre o possível regresso aos confinamentos em massa, Van Kerkhove manifestou a sua esperança em que um maior conhecimento da doença permita aplicar medidas mais localizadas.

"São necessários planos nacionais, mas com uma implementação o mais local possível, em zonas o mais reduzidas possível", disse.

Sobre a possibilidade de reinfeção da covid-19, detetada ainda em poucos casos, os peritos sublinharam que por agora não é uma grande preocupação, mas não descartaram, por exemplo, que em caso de se encontrar uma vacina esta tenha que ser inoculada todos os anos, como acontece com a gripe.

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