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Madeira

"Impõe-se aperfeiçoar o nosso modelo de desenvolvimento económico"

Afirmação do Presidente da Assembleia Legislativa, José Manuel Rodrigues, na primeira sessão do projecto "Ouvir para Decidir"

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Foto Amílcar Figueira/ALRAM

O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira afirmou, hoje, que “o grande problema será a dolorosa transição até recebermos as verbas prometidas, e a sua aplicação começar a produzir efeitos na Economia e no Emprego”.

“Esta crise, nesta primeira fase e em função da escassez de dinheiro, põe à prova a nossa capacidade de resiliência e de sacrifício, mas numa segunda fase, com os apoios financeiros anunciados, impõe-nos que tenhamos ousadia e coragem para aperfeiçoar o nosso modelo de desenvolvimento económico”, disse.

As palavras foram registadas na sessão de abertura do Ciclo de Reuniões Ouvir para Decidir, do Conselho Consultivo da Economia, que decorre hoje e de segunda-feira a quarta-feira (29 de julho) no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira.

Para aperfeiçoar o modelo de desenvolvimento económico, José Manuel Rodrigues propõe “investimentos reprodutivos e com retorno económico ou social”.

Sugere para tal a inversão do decréscimo da população, a diversificação da base produtiva, a requalificação do destino turístico, dando-lhe mais autenticidade e sustentabilidade ambiental, a reposição do destino num segmento de maior qualidade e com melhores proveitos, a promoção do turismo residencial e de saúde, assegurar a mobilidade de pessoas e bens a preços justos, a modernização da agricultura apostando em produtos de valor acrescentado, a revitalização das pequenas e médias indústrias que respondam à necessidades do mercado regional, a promoção da digitalização das empresas para as tornar mais competitivas, garantir comunicações de última geração e a bons preços às empresas e às famílias, a aposta na formação contínua dos nossos ativos e nos cursos técnicos dos mais jovens e generalizar o uso das novas tecnologias nas escolas, a transição energética, com a consequente descarbonização da economia, a criação de um centro internacional de investigação das alterações climáticas, investir na recuperação do património e nas indústrias criativas como mais-valias económicas, fomento do investimento na ciência e na inovação em todas áreas e a aposta nas diversas vertentes e oportunidades da economia azul.

O Presidente do parlamento madeirense salienta, no entanto, que o modelo de desenvolvimento que sugere, assente na qualidade e excelência, pressupõe “o aprofundamento da Autonomia”, a aprovação de “uma nova lei das Finanças das Regiões Autónomas” e a criação de “um quadro fiscal atrativo aos capitais e ao investimento externo nas nossas ilhas, não esquecendo os incentivos à competitividade das nossas empresas”.

Considera ainda “decisivo que todas as obras públicas tenham uma avaliação custo-benefício e contribua para “que se corrijam as desigualdades territoriais, que se produza mais riqueza para distribuir de forma mais equitativa, reduzindo desigualdades e fomentando a coesão social, e finalmente, que se lance uma grande operação de desburocratização na administração pública para agilizar e acelerar todos os processos de investimento privado”.

José Manuel Rodrigues começou por felicitar a iniciativa da Secretaria Regional de Economia e do Conselho Consultivo da Economia. “Nos tempos que vivemos de incerteza e de insegurança, em que gerimos o desconhecido e o imprevisível, Ouvir para Decidir é realmente o mais importante”, disse.

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