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Madeira

Cometa 'Neowise' foi avistado na Madeira esta última noite

Foi o primeiro cometa visível do ano descoberto pelo telescópio espacial da NASA, que baptizou o corpo celeste como 'Neowise'. A próxima passagem está prevista só para daqui a 6.800 anos

Foto André Moniz Vieira
Foto André Moniz Vieira

C/2020 F3 ou 'Neowise' é o nome do cometa que foi visto, na última noite, nos céus da Madeira. O cineasta, fotógrafo e criador de conteúdos, André Moniz Vieira, captou a sua passagem no Pico do Areeiro

Descoberto a 27 de Março deste ano com recurso ao telescópio espacial 'Neowise', o também apelidado 'C/2020 F3' - nome científico - é o primeiro cometa visível de 2020. Pode ser visto a olho nu até ao final deste mês de Julho, mas entre hoje e amanhã, dias 22 de 23, este corpo celeste estará mais próximo da Terra, mais ou menos a 103 milhões de de quilómetros. Atento às novidades e com uma certa paixão pela via láctea, o madeirense André Moniz Vieira captou nesta madrugada de quarta-feira a passagem do cometa desde o Pico do Areeiro, a sensivelmente 1.800 metros de altitude.

O cineasta, que também é fotógrafo e criador de conteúdos, captou o momento por volta da meia-noite. Chegou ao terceiro ponto mais alto da Madeira por voltas das 23h15 e chegou a ver o 'Neowise' a olho nu, tal como já se previa, pese embora seja necessário "prestar muita atenção". Na companhia de "alguns amigos", André Moniz Vieira também observou o cometa num telescópio.

"Não é algo que faça regularmente [ir às regiões montanhosas fotografar durante a noite], mas já tinha tido algumas experiências. As fotografias foram tiradas após muitas tentativas e erros, porque foi preciso 'afinar' a exposição, abertura ou o ISO", reconheceu o madeirense que é também 'host' do novo 'talkcast', a Relampada.

André Moniz Vieira referiu também que havia um grupo de fotógrafos, junto ao conhecido radar, a retratar a passagem do cometa, e garantiu que não existiam aglomerados, até porque o criativo e os seus amigos optaram por fotografar no início do trilho para o Pico Ruivo. Como promessa ficou a intenção de voltar mais vezes à serra para registar estes e outros momentos, mas não o 'Neowise'. É que o cometa só volta daqui a 6.800 anos, visto que continuará a sua órbita pelo sistema solar.

Esta quinta-feira, segundo a NASA, o objecto estará mais próximo da Terra e bem perceptível, embora nestes últimos dias (19, 20, 21 e 22 de Julho) o cometa estivesse sempre visível ao início da noite, a partir das 22 horas, perto da Ursa Maior.

Associação de Astronomia da Madeira dá dicas e organiza sessão

A Associação de Astronomia da Madeira manifestou nesta última semana que existem “muitas solicitações sobre como, quando e onde observar o cometa”. O grupo de astrónomos decidiu então organizar uma sessão, na Casa do Areeiro, mas indicou que, “pelas razões que são conhecidas”, não podem aceitar todos os pedidos de participação para a observação “uma vez que lidam com um grupo de astrónomos reduzido que trabalha em conjunto há cerca de 30 dias”. Isto quer dizer que, por agora, nas actividades desta associação apenas vão ser aceites algumas pessoas do público num grupo que pode ir no máximo até 10 elementos externos.

Apesar dos constrangimentos, há dicas para observar o cometa que aqui reproduzimos: Procure um local nas zonas altas da Madeira onde tenha acesso a esfera celeste; Logo ao anoitecer (21h30/22h00) procure detectar a Ursa Maior no céu Noroeste; Se os tiver, leve consigo binóculos para obter uma melhor visão do céu nocturno; Procurar a localização do cometa a partir do horizonte subindo a observação até detectar uma mancha com cauda um pouco abaixo da estrelas da constelação da Ursa Maior; A partir do dia 24 o seu brilho irá gradualmente diminuindo face ao seu afastamento da Terra e regresso às origens para mais uma viagem de cerca de 6.800 anos até aos confins do sistema solar.

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