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Madeira

ARM investe 4 milhões no sistema de drenagem em Machico

Águas e Resíduos da Madeira lamenta “aproveitamento político” da Câmara na contaminação das águas balneares

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Menos de uma semana após estalar a polémica entre a ARM e a Câmara de Machico por causa da ‘descoberta’ de esgoto encaminhado pela ribeira que foi detectado no mar da baía de Machico, a ARM foi esta segunda-feira de manhã ao Caniçal mostrar onde está a investir parte dos 4 milhões de euros no sistema de drenagem daquele concelho.

Amílcar Gonçalves e João Pedro Castro, respectivamente presidente e vice-presidente da ARM não só foram ver o andamento da oba, mas sobretudo relevar publicamente o “conjunto de intervenções” relevantes orçadas em “cerca de 4 milhões de euros” para garantir a melhoria da gestão e funcionamento dos serviços de drenagem de águas residuais sob sua gestão no Concelho de Machico com o objectivo de conferir “maior qualidade de vida e segurança à população” bem como a “melhoria da qualidade das águas balneares”, destacou João Pedro Castro, o porta-voz da iniciativa.

O aumento da cobertura de serviço através do lançamento de 8 quilómetros de novas redes de drenagem implica a “melhoria da rede já existente, recuperação das estações elevatórias e das estações de tratamento de águas residuais”, destacou.

Investimento que permitirá também “reduzir os pontos de descarga ilícita para as ribeiras”, ou seja, de descarga directa nas linhas de água e mar, lembrando que esta prática acaba “por prejudicar a saúde pública e a qualidade das águas balneares”, sublinhou.

O desejo da ARM é que com o aumento da cobertura “mais casas podem assim se ligar à rede de saneamento”.

O argumento serviu para a ARM denunciar que infelizmente ainda se verificam alguns pontos de descarga directamente para as linhas de água, porque, lamentavelmente, muitas habitações ainda não têm ligação às redes colectoras. Assinala que estas ocorrências são ainda mais graves nos períodos em que chove muito, o que para a ARM ajuda a explicar o que aconteceu na última semana.

“Estas situações pioram muito nas alturas de chuva” porque o aumento da pluviosidade acaba por arrastar os resíduos acumulados nas ribeiras para o mar, contaminando as águas balneares.

Razões para reforçar a importância do enorme investimento da ARM que só em Machico conta investir 4 milhões de euros para realizar trabalhos de remodelação e lançamento de novas redes colectoras de águas residuais, entre outros equipamentos e infra-estruturas associadas ao sistema de drenagem no concelho, mas em particular nas freguesias de Machico e do Caniçal, em prol da qualidade ambiental e da saúde pública.

ARM esclarece responsabilidades

A ARM aproveitou para esclarecer que relativamente às descargas sob sua responsabilidade, “as mesmas foram realizadas nos dias 13 e 27 de Maio, há mais de três semanas, no âmbito dos trabalhos de remodelação das redes de drenagem do município e que forma comunicadas às entidades competentes e devidamente acompanhadas pela fiscalização da obra, para que tivessem o mínimo impacto possível no meio natural”.

Adianta a empresa intermunicipal que “as descargas decorreram da ligação das novas redes de esgotos na freguesia de Machico” porque “foi necessário descativar as antigas condutas que se encontravam muito deterioradas e ligar as novas, tendo ocorrido algum derrame de águas residuais”.

Garante que “trataram-se de situações pontuais, que ocorreram há cerca de um mês, visando a melhoria do sistema de saneamento municipal e não uma acção que tivesse por objectivo prejudicar o meio ambiente, como se quis passar publicamente”, denúncia, referindo-se implicitamente ao comunicado emitido pela Câmara Municipal de Machico que responsabilizou a empresa Águas e Resíduos da Madeira pelo ocorrido.

Com a gestão das águas e resíduos em cinco municípios da RAM, incluindo Machico, a ARM garante que “trabalha sempre de forma articulada com o município, que é sócio da ARM – lembra – e que, em momento algum, ocultou ou pretende ocultar intervenções deste ou de outro teor”.

Por último, a ARM garante que “o próprio Município [de Machico] tem também as suas dificuldades, nomeadamente quanto à necessidade de resolução de alguns problemas nas suas redes pluviais, e o que se pretende é unir esforços e trabalhar em sinergia para um bem público e para a melhoria da qualidade de vida da população de Machico”. Razão para a entidade liderada por Amílcar Gonçalves lamentar “o aproveitamento político da situação” por parte da autarquia socialista liderada por Ricardo Franco.

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